segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Mudanças
Muitos prefeitos da região aproveitarão a reforma do secretariado para enxugar a máquina. Com a necessidade de caixa apertando o cerco, os prefeitos estão programando exonerar os ocupantes de cargos comissionados que se preparam para concorrer nas eleições deste ano e muitos cargos podem ficar vagos. Atende a legislação eleitoral e ainda economiza, já que o tempo é de vacas magras. Também pode haver necessidade de redução do número de secretários, com o acúmulo de funções. Vale tudo para encurtar despesas.

Abril
O prazo para afastamento de ocupantes de cargos comissionados vence no início de abril. O que a lei eleitoral determina é afastamento dos cargos de direção num período de seis meses antes das eleições. Vale para direção de escolas, cargos gerenciais no Governo do Estado, da União ou no município. Para quem pretendia mostrar trabalho na máquina pública, com o objetivo de pleitear uma cadeira na Câmara ou o cargo de prefeito ou vice, o tempo está se esgotando. Quem fez, fez. Quem não fez, melhor revisar os planos de carreira política.

Única
Escrevi em minha última coluna que as conversas estavam avançando entre PP, PMDB e PSD. O ex-prefeito Gilmar Baldissera disse que não. Mas disse que a conversa é sobre chapa única. Nesse caso, avançou mais do que escrevi. Anotei que o PP poderia abrir mão da cabeça de chapa em busca de um consenso. Ele disse que não. Que é candidato a prefeito, mas pode abrir mão em nome de um projeto maior. Não estavam conversando, mas discute-se chapa única? Não abre mão, mas pode não ser candidato se houver um projeto maior? O que é certo, então é que Gilmar Baldissera é candidato a prefeito? Estão conversando ou não? Em tempo: jamais disse que estavam acertados.

Lideranças
O Partido Progressista volta a depender de Gilmar Baldissera para se reinventar. Vale lembrar que no início dos anos 90, o PP estava quase abandonado, quando Baldissera deixou o Partido Liberal para investir num projeto político dos progressistas em São Miguel do Oeste. Deu certo e Gica acabou se elegendo prefeito. Agora, sem prefeito, sem vice-prefeito e sem vereador, os progressistas apelam novamente a Gilmar Baldissera para repetir a tarefa.


Ignorado
Gica é um nome de respeito para o PP e foi solenemente ignorado nos últimos anos, embora tenha apoios importantes na sigla. Gilmar Baldissera virou figura decorativa no governo do PT. Discordava de vários pontos da condução da prefeitura petista, mesmo com sua liderança e respeitabilidade. Chegou a avaliar até comandar o afastamento do PP do governo. O certo é que Gilmar Baldissera poderia ter sido melhor aproveitado no governo em coligação com o PT.

Outro
Outra importante liderança política que ficou à margem das decisões recentes de seu partido é Vilmar Gobi, do Partido dos Trabalhadores. A situação é semelhante à de Gilmar Baldissera. O ex-vereador Vilmar Gobi, sempre lembrado como pré-candidato a prefeito, elogiado por sua atuação legislativa, com expressiva votação quando concorreu a prefeito, acaba sempre de fora, na hora da escolha de candidatos. No governo do PT, em São Miguel do Oeste, também ficou de fora. Merecia uma nova chance.



Ostracismo
Os cargos de vice-prefeito de São Miguel do Oeste não tem servido de trampolim para voos maiores na política local ou regional. Desde Luiz Basso, eleito em 1985, os vices não tiveram vida longa na política. De Basso, o vice era Airton Macarini. De José Fiorini, era Alcino Ecker. De Basso novamente, era Armelindo Massocco. De Gica, Maria Lucia Werlang. De Valar, no primeiro mandato, o vice era Anacleto Ortigara. No segundo mandato, Moacir Martello. De Nelson Foss da Silva, o vice era Vilson Watte e a relação terminou estremecida. Hoje é Wilson Trevisan. Será o primeiro a concorrer a reeleição desde 1988.

Charadas
- Você sabia que o Ministério Público investiga fraude, improbidade, diárias e proibição de contratações com o poder público?
- O calote é grande e o responsável está de malas prontas. Quem ficará no prejuízo?
- Laranjas, maracutaias e falcatruas. Estão todas no mesmo saco.

- Tolice: ninguém joga pedra em cachorro morto.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Falando bobagens

A democratização da comunicação, por meio das redes sociais, é um avanço que só poderá ser avaliado em toda a sua extensão ao longo do tempo.

Se você pensa que isso é um exagero, lembre-se que governos já caíram e a principal arma foram as massas mobilizadas através das redes sociais. Um exemplo claro foi a Primavera Árabe. 

Essa é uma verdade absoluta? Bem. É uma meia verdade. Hoje se sabe que por trás da Primavera Árabe havia imperialismo manipulando tudo, com objetivos obscuros, como sempre. A guerra civil na Síria expôs isso tudo. De um lado, americanos, britânicos e franceses. De outro, a Rússia e seus aliados.

Mas o foco não é nenhuma teoria da conspiração. A introdução é para mostrar que as redes sociais representam uma arma poderosa, cuja amplitude ainda não é totalmente conhecida, bem como seu poder. Sabe-se que é grande e que tem gente capaz de manejá-la. 

A política nacional vem sendo desenvolvida nessa ambiente. Campanhas eleitorais, em 2014, foram feitas assim. Muito bem feitas, por sinal, e com profissionais e ferramentas adequadas e quem não se adaptar terá dificuldades este ano.

O que muita gente não percebe, por falta de cultura, é que está servindo de massa de manobra, reproduzindo discursos, ideias e projetos que não compreende, mas que acha interessante. Demagogia, mentiras, bobagens, interesses escusos. Basta fazer um arquivo de imagem, uma montagem sonora, umas mensagem escrita que pareça plausível, e todo mundo sai compartilhando. 

Não que compartilhar seja negativo. É a essência da rede social. Mas as pessoas deveriam pensar um pouco mais antes de compartilhar, de difundir uma ideia. 

Hoje, por exemplo, prega-se golpe, intervenção militar, como se essa fosse a panaceia que iria livrar o Brasil de todos os males.  Esquecem que uma ditadura militar afeta em primeiro lugar, a democracia, as liberdades individuais, as instituições, os direitos adquiridos, o direito à informação e à liberdade de expressão.

O problema do Brasil não está na democracia. O problema brasileiro está na corrupção. Na ladroagem desenfreada e sem escrúpulos. E as pessoas estão indignadas porque estão descobrindo a farra dos ladrões. Isso que está sendo descoberto é dinheiro que já foi roubado e que, graças à democracia e aos meios sociais, estão sendo revelados. Senão, o brasileiro continuaria sendo iludido, roubado, e nada aconteceria.

O que os bandidos temem não é a ditadura. Se fosse por eles, uma ditadurazinha até que iria bem. O que eles temem é a transparência. Temem a informação. Temem que o povo descubra o que eles fazem por baixo do pano. A informação pode levar ladrões para fora da vida pública e para dentro da cadeia.
Dureza
As prefeituras estão passando por dias complicados, no aspecto de economia. Com a queda de arrecadação, o reflexo será grande nas contas dos municípios. ICMS e FPM em queda, os prefeitos terão que apertar o cinto e chegarão com dificuldades no final do mandato, inclusive para fechar as contas e cumprir a lei de responsabilidade fiscal. A recessão atingiu o governo federal, que está literalmente quebrado. Depois, atingiu os estados, com maior impacto no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro. Agora será a vez das prefeituras.

Acerto
O prefeito João Valar tem um escudeiro valioso, que tem-lhe garantido uma boa condição nas contas públicas. Apesar de todas as dificuldades, a prefeitura de São Miguel do Oeste nunca atrasou salários, e o prefeito tem conseguido aprovar as contas durante todo o mandato. O secretário da Fazenda, Pedro de Conto, conduz os cofres públicos com mão de ferro. É homem de confiança do prefeito e se impõe para manter as contas do município em dia. A escolha de Pedro de Conto, sem dúvida, foi acertada para a secretaria da Fazenda.

Candidatos
Alguns ocupantes do primeiro escalão devem se desincompatibilizar para concorrer nas próximas eleições. Um deles é o secretário de Desenvolvimento Urbano, Cássio da Silva, que deve concorrer a vereador. Outros seguem o mesmo caminho. Com isso, o prefeito deve buscar nomes para a recomposição da equipe, a partir de março. Da equipe que ocupa as secretarias atualmente, concorreram em 2010, Claudete Fabiani, Airton Macarini, Elias Araújo, Everaldo Di Berti, Sílvia Kuhn, entre outros.

Vereador
Está bem encaminhada a conversação entre o Partido Progressista, o PMDB e o PSD. A chapa deve ter João Valar e Wilson Trevisan, concorrendo a reeleição. O PP deve lançar candidatos a vereador. Dirigentes do partido afirmam que é preciso garantir representação. A perda de vagas na Câmara de Vereadores, na última eleição, foi um baque para o PP, que não quer repetir os mesmos erros. A aliança deve ser confirmada e o ex-prefeito Gilmar Baldissera deve concorrer a vereador.

Coliga?
Um entrave que ainda existe é uma exigência do PP, para garantir a eleição de vereadores: coligar com o PMDB na eleição proporcional. Peemedebistas temem que isso possa ser a repetição do que ocorreu com o PP, em coligação com o PR. A questão está sendo avaliada. Há risco do PMDB perder espaço na Câmara, com essa coligação? O que é certo é que o ingresso do PP na coligação majoritária reforça muito a campanha de Valar e Trevisan. Se, ao pesar os acréscimos e prejuízos, o saldo valer a pena, coliga. Se não...

Terá
As lideranças dos partidos de esquerda se reuniram e decidiram que devem lançar candidato a prefeito. O nome que está na mesa é o de Arlindo Decândido, do PPS. Ele tem dito que está na disputa e que deve ter seu nome confirmado nas convenções. Outros partidos também tem discutido a candidatura de oposição, sem definição de uma coligação ou de nomes. PC do B, PSOL e outro nanicos fazem parte desse grupo partidário.

Repercutiu
A demissão de 12 comissionados na prefeitura de Bandeirante que foram relacionados entre aqueles que estavam trabalhando em desvio de função repercutiu. O Ministério Público exigiu a demissão de todos os servidores que ocupavam cargos de provimento efetivo irregularmente. O problema ocorreu após denúncia que foi comprovada através de inquérito civil público. O promotor conseguiu reunir provas de que não se tratava de um caso isolado, mas de prática costumeira. Com isso, os bens do prefeito e dos servidores envolvidos foram bloqueados.

Nada a ver

A ex-secretária de Administração da prefeitura de Bandeirante, Cirlei Gobi, negou que tenha feito a denúncia que resultou nas demissões e no bloqueio de bens. Ela disse que se afastou da política, principalmente em Bandeirante. Conforme ela, a denúncia não foi de sua autoria e não há qualquer citação de seu nome no processo. Conforme o advogado Vilmar Gobi, marido da ex-secretária, ela está decidida a não mais atuar na esfera política.