quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Também
Na última coluna divulgamos reclamações de moradores que utilizam a praça Walnir Bottaro Daniel, indignados com a ação de maconheiros que usam drogas em meio às famílias, sem que nenhum policial militar compareça para fazer a segurança ostensiva. Pois frequentadores da praça Belarmino Annoni relatam que naquele local a maconha também rola solta. A comunidade, aos poucos, vai perdendo seus espaços públicos para os usuários de drogas, sem que nada seja feito pelas autoridades. A Polícia Militar parece estar mais preocupada com as blitz de trânsito, que rendem multas e recursos para o sistema.

Promessas
Já estamos indo para a segunda metade dos mandatos estaduais e federais e a maioria das promessas feitas em 2014 ficaram só na conversa na região Pelos discursos, havia grandes projetos para a fronteira. Campus da Universidade Fronteira Sul, Ferrovia, conclusão da BR 163, aduana na fronteira com a Argentina e até duplicação da BR 282 até Xanxerê. Tudo conversa fiada de candidatos, inclusive eleitos para o Congresso Nacional, em Brasília, onde o boi já dormiu. Ano que vem é a hora de renovar as promessas. E o eleitor que acredite no que quiser.

Zica
Informação de servidores da saúde dão conta da existência de três casos de grávidas que contraíram Zica vírus na região. Estão sendo acompanhadas, pois há sério risco de microcefalia. Focos de larvas do mosquito Aedes Aegipty foram localizadas no centro da cidade. Apesar de todos os alertas pela imprensa, do trabalho da vigilância, das campanhas de conscientização, parece que a comunidade está insensível ao problema, que vem ficando a cada dia mais grave. Só falta chegar o vírus da febre amarela na região para o caos ficar completo. Na mata argentina, anos atrás, já tivemos mortes suspeitas de macacos.

Rotativo
O estacionamento pago deve ser implantado logo pela prefeitura. Um projeto polêmico, que divide a comunidade. Tem gente, comerciantes em especial, que cobram a implantação o mais breve possível. Tem gente que não quer ouvir nem falar. O certo é que dificuldades para estacionar existem e reclamações também. O problema é: o estacionamento pago vai ser a solução? Tem gente achando que será criado um novo problema para o comércio, pois o cliente não vai ficar muito satisfeito de ter que pagar para chegar nas lojas do centro da cidade.

Migração
Muitos lojistas já estão migrando do centro para os bairros e regiões um pouco afastadas. Estão apostando no aumento do fluxo de clientes com a implantação do estacionamento rotativo. Algumas empresas do centro estão apostando em estacionamento exclusivo para clientes. O certo é que cobrar pelo estacionamento não fará aumentar a quantidade de compradores nas lojas. Essa é uma fantasia que pode acabar em pesadelo para alguns sonhadores. Mas afinal, qual a solução para a falta de vagas para estacionar no centro da cidade?

Contramão
A retirada de canteiros no meio das quadras fará aumentar em torno de 80 vagas na área central, para estacionamento de veículo. O problema é que enquanto a maioria das cidades do mundo procura investir em áreas verdes, priorizando o meio ambiente e o urbanismo, em São Miguel do Oeste se faz uma força danada para andar na contramão. Vão retirar as áreas verdes para colocar mais carros estacionados! Ao invés de humanizar os espaços urbanos estamos concretando tudo. E viva as inteligências que se colocam à frente das decisões do poder público sem pensar nas pessoas.



sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

AVENTURA DE FÉRIAS - LAGUNA

Imagine a fome. 10 horas e 30 minutos, sexta-feira, 13. A promessa era um restaurante especial, em Laguna, perto da ponte nova, um lugar muito bonito.
Era para ser um almoço inesquecível, com várias receitas diferentes de camarão, frutos do mar, acompanhamentos no Restaurante da Dete, localizado na comunidade de Parobé.
Imagine a expectativa. A fome batendo, um calorão, e quem encontra o tal do restaurante?
O GPS mandou para um acesso, primeiro de asfalto, depois calçamento. De repente, estrada de terra. No GPS, faltando 7,5 quilômetros até o restaurante. O que não dava para saber é que era tudo de estrada de chão. Estreita, esburacada.

Para passar um carro, tinha que o outro esperar fora da estrada. Quando a gente estava chegando, conversando no carro, eu pensei que a comida deveria que ser muito boa para justificar tanto sacrifício.
Faltando 500 metros, quase meio dia, bateu uma dúvida: só falta o restaurante estar fechado. Que dúvida! Chegamos e estava fechado mesmo. Esqueceram de nos avisar que eles só atendem com reserva e à noite. E que a estrada era muito ruim.
Parobé é uma vilinha no meio do nada, perdida entre buracos e pedras e para sair dali, só voltando os 7,5 quilômetros de estrada sem pavimentação.
Já estava esbravejando, pois não tinha sequer um banheiro, nem num mercadinho onde entramos para aliviar a bexiga. Pensei comigo: como o cara fica o dia inteiro trabalhando num mercado, sem banheiro? E ainda ter que voltar tudo aquilo? Com fome? Com a bexiga estourando?

Já estava dentro do carro, injuriado, quando um senhor bate no vidro. Era o Dicão, dono do restaurante. Desculpando-se, ofereceu banheiro e nos deu uma água mineral de graça, para refrescar o calor. Conversamos, nos mostrou o restaurante, explicou o cardápio, e informou que só funciona à noite, que ele mesmo pesca camarão e os mariscos. Nos desculpamos pela brabeza e fomos embora.
As fotos mostram o caminho. Não comemos no Restaurante da Dete. Prometemos voltar um dia, para conhecer de verdade o que leva tanta gente a enfrentar uma estrada horrível como aquela para comer num restaurante.
Almoçamos em Jaguaruna, numa boa e comum churrascaria de beira de estrada, cheia de carretas estacionadas, para satisfazer a nossa fome e a dos caminhoneiros.
Para fazer justiça: o Dicão foi super gentil conosco e o Restaurante da Dete tem página no Facebook.
Não sei dizer, mas tenho quase certeza de que a comida é muito boa.
https://www.facebook.com/RestaurantedaDete/?fref=ts
Praça
Nos últimos dias surgiram reclamações de usuários da praça Walnir Bottaro Daniel, indignados com menores que tranquilamente fumam maconha à plena luz do dia, entre as famílias que frequentam o local. Nenhum policial militar para fazer a segurança ostensiva, ninguém do conselho tutelar para tomar providências. Dá a impressão que fumar maconha em São Miguel do Oeste é um hábito absolutamente normal, que se pode fazer em locais públicos, sem ser incomodado.

Capina
A prefeitura anuncia que vai começar a multar proprietários de terrenos que não efetuarem a capina e a limpeza dos imóveis, deixando-os abandonados. A medida é necessária para aqueles que não respeitam a vizinhança e não tem qualquer compromisso com a saúde pública. Esses locais servem para a proliferação de insetos, roedores e animais peçonhentos, sem falar na questão urbanística e de segurança pública. Matagal no perímetro urbano agora vai ter multa.

Limpeza
Se a iniciativa da prefeitura de multar quem não limpa seus imóveis for seguida a risca, tem que multar... a prefeitura. Os canteiros na área central estão com mato alto, sem qualquer justificativa. Antes era porque o governo estava terminando, agora é porque está começando. Mas o corte de grama não tem despesas adicionais. É um trabalho rotineiro do setor de serviços urbanos que deveria estar sendo executado normalmente. Precisa avisar o setor no governo que a posse já aconteceu e que agora é hora de trabalhar.

Câmara
A Câmara de Vereadores se reúne em sessões extraordinárias, hoje e amanhã. Analisa os vetos do ex-prefeito João Valar ao orçamento de 2017 e o projeto encaminhado pelo prefeito Wilson Trevisan para repasse de um milhão de reais pelo Governo do Estado ao município. Será a real estreia de alguns vereadores, tendo matérias para analisar e votar, pareceres e discursos no plenário. Agora começa de verdade o ano legislativo na Câmara de São Miguel do Oeste.

Vetos
Um dois vetos a serem analisados é a obrigatoriedade de passar pela Câmara qualquer alteração de dotação orçamentária. Todos os prefeitos, até hoje, tentaram eliminar essa prerrogativa dos vereadores de analisar e se posicionar sobre alterações no orçamento. É o tal do cheque em branco para o prefeito, que poderia movimentar o dinheiro livremente, sem precisar de autorização legislativa. A manobra incluída no orçamento de 2017 não passou e o prefeito vetou a emenda que restabelece a obrigatoriedade de análise pelo plenário.



Fiscal
Uma das atribuições da Câmara é fiscalizar a aplicação dos recursos públicos. Atribuição muito mal executada, por sinal. Afinal, foi preciso o Ministério Público ser acionado para descobrir o superfaturamento revelado pela Operação Patrola. Foi preciso um delegado de Polícia Civil para levantar mais de mil páginas em inquérito sobre os laranjas nas obras de calçamento. Era um trabalho que deveria ser efetuado pelo legislativo. E os vereadores da época, que deveriam fiscalizar, faziam o quê? Acho que alguns dormiam em berço esplêndido, numa rede balançada pelas diárias pagas pela Câmara.

Dinheiro

Tirando a politicagem, típica de ano eleitoral, sobrou pouca justificativa aceitável para deixar engavetado o projeto de doação de um milhão de reais do governo para a prefeitura em 2016. Agora, o prefeito Wilson Trevisan conseguiu novamente a liberação, revertendo uma devolução lamentável ocorrida obrigatoriamente no ano passado. Os vereadores tem a oportunidade de fazer a coisa certa desta vez. Cavalo dado não se olha os dentes, ainda mais quando o cavalo dado é em forma de um milhão de reais que pode ser usado em favor da população.