quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Time
O prefeito Wilson Trevisan anuncia o secretariado hoje às 10 horas. Algumas informações que consegui antecipar ontem: de 12 secretarias o governo será reduzido para 7. Deverão ser anunciados daqui a pouco os nomes de Alfredo Spier (PP) na Administração, Leonir Caron (PP), na Saúde, Renato Romancini (PSD), no Desenvolvimento Econômico, José Chaves (PSD), na Cultura, e Cleumar Liebert (PSD), como chefe de gabinete.

Não quer
Um nome que chegou a circular com boa possibilidade de acerto nos últimos dias, não quer participar de cargos públicos. Jaime Pretto, ligado ao PP, era cotado para assumir a secretaria da Fazenda. Ele já ocupou o cargo no governo de Gilmar Baldissera e também de Nelson Foss da Silva. Pretto disse que até seria pessoalmente gratificante ser o secretário da Fazenda em três governos diferentes, mas não tem mais esse tipo de pretensão. O ex-secretário destaca que não quer mais participar da administração pública.

Também não
Quem também pretende encerrar sua atuação na vida pública é o secretário da Fazenda do governo João Valar, Pedro de Conto. Ele disse que está contando os dias para o encerramento do ano e de seu período como secretário. De Conto considera encerrada a sua tarefa com a entrega das contas deste ano e prometeu à família que nunca mais volta ao serviço público. Brincando, chegou a dizer à esposa Leoni que era um até logo. A reação foi imediata e ele explicou que era tudo brincadeira. Sai junto com Valar para não mais voltar.

Debandada
Um grande número de servidores públicos está se aposentando ou está prestes a se aposentar nos próximos meses. A maioria não pretende continuar, até temendo novas alterações na Previdência Social. Isso acaba gerando um problemão para o novo governo, visto que os novos vão precisar de tempo e treinamento para as tarefas do serviço público. Pesou, para alguns, a volta de Gilmar Baldissera, que teve problemas sérios com o funcionalismo quando foi prefeito e, agora, parece ser o homem forte do Governo Wilson Trevisan.

Mudando
Por razões diversas, o PMDB de São Miguel do Oeste está passando por mudanças profundas. Nomes tradicionais do partido estão cada vez mais distantes do dia a dia do partido. O ex-prefeito José Fiorini se afastou completamente. O ex-prefeito Luiz Basso, com problemas de saúde, já não mais participa. O ex-vereador Flávio Ramos abandonou o barco. O ex-vereador Deoclécio Zanatta, o Fio, ficou numa saia justa sem tamanho, com o episódio da saída de Cristiane Zanatta. Sábado, o ex-vereador Vilson Bratkowski, faleceu durante uma cirurgia cardíaca. João Valar também promete abandonar a vida pública.

Será?
Nos últimos dias surgiu uma informação bombástica. O prefeito eleito teria na manga o nome de uma liderança do PMDB para assumir a secretaria de Educação. O partido saiu da campanha com problemas sérios, devido ao trabalho de algumas lideranças a favor de Wilson Trevisan, quando se espertava apoio total ao candidato da agremiação, Airton Fávero. Será que tinha gente, dentro do PMDB, realmente trabalhando por Trevisan e agora estará no novo governo? Tá parecendo o filme O Quatrilho... quando você acha que está com o parceiro, está, na verdade, com o adversário.

Barulho

A ativista Patrícia Dalmina é uma grata surpresa na vida política local. Jovem, articulada e com um discurso forte em defesa de várias bandeiras interessantes, como urbanismo, meio ambiente e a seriedade na vida pública, é uma liderança de futuro, que pode vingar em São Miguel do Oeste. Nos últimos dias tem provocado muito barulho contra a retirada de canteiros na área central, para ampliação do estacionamento rotativo. Defende uma cidade mais verde e se mostra uma liderança promissora na cidade.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Limpe
O inquérito da Operação Patrão, concluído na semana passada pelo delegado Cleverson Muller, e que contou com o trabalho também do delegado Albert Silveira, levantou mais de mil páginas sobre o conluio entre o ex-prefeito Nelson Foss da Silva e outras figurinhas carimbadas da cidade. Todos os princípios constitucionais da administração pública, representados pela sigla LIMPE (Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência) foram violados.

Velha
A nova denúncia contra Nelsinho, é velha. Foi feita em 2012 ao Ministério Público, que arquivou por falta de indícios mínimos de irregularidades. O promotor da época apenas “constatou” um grande número de contatos firmados com a Cooperastec, a cooperativa capitaneada por Ivan Corazza, que depois acabaria por denunciar seus comparsas de falcatruas. Em 2013, contei a história em meu blog (ageuvieira.blogspot.com.br). Felizmente, a Polícia Civil de Santa Catarina fez o seu papel e trouxe mais uma grave denúncia de corrupção que envolve mais de 3 milhões e 300 mil reais.

Laranjas
A denúncia original, feita por um morador, era de que o ex-prefeito Nelson Foss da Silva estava por trás de laranjas que montaram empresas para fraudar licitações de calçamentos. Um deles, seria o ex-vereador Luiz Cozer, o Peninha. O morador denunciou que as obras contratadas junto aos laranjas de Nelsinho andavam rápido, tinham caminhões da prefeitura à disposição e o prefeito até vistoriava os trabalho. As que eram contratadas junto a outras empresas, andavam a passos de tartaruga.

Vem mais
São Miguel do Oeste começa a vivenciar uma grande semelhança com a Lava-Jato. A cada semana, uma bomba. O novelo começou a ser desvendado, com o surgimento de condenações e inquéritos. Ainda é só o começo. Ainda vem mais. Tem outras bombas na fila. Tem a fraude da licitação irregular de empresa para fazer a reforma administrativa, tem a licitação fraudada para a contratação de escritório de advocacia, etc... Sem falar no Patrolão, o superfaturamento nja compra de máquinas pela prefeitura.

Transição
Começa no dia primeiro de dezembro, oficialmente, a transição de governo em São Miguel do Oeste. O prefeito eleito, Wilson Trevisan, e o prefeito João Carlos Valar, vão despachar conjuntamente na prefeitura. Um trabalho em equipe que nunca se viu na cidade. Quando Valar assumiu em 2001, o ex-prefeito Gilmar Baldissera nem estava na prefeitura. Havia sido afastado pela Justiça. Quando Nelsinho assumiu, em 2009, os dois lados estavam em pé de guerra. Em 2013, quando Valar voltou, a situação era ainda pior, inclusive nas barras dos tribunais.

Equipe
Começam a surgir alguns nomes de lideranças que estão sendo cotadas para assumir o secretariado de Trevisan. Alguns são dados como certos. O primeiro é Renato Romancini, que deve ser mantido no Desenvolvimento Econômico. Outro que está sendo relacionado como certo é o coordenador da campanha, Cleumar Liebert, que tanto pode assumir a secretaria de Administração, quanto a chefia de gabinete. Para a chefia de Gabinete também ganha força o ex-vereador Sérgio Volpi. Quem também é dado como certo é o secretário da Saúde, vaga que deve ficar com Leonir Caron. Também é um nome forte o vereador eleito, Elias Araújo, que pode ir novamente para a secretaria de Cultura.



quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Fechando
O governo municipal está organizando o encerramento do mandato, com a redução do quadro de servidores e a dispensa de comissionados. O prefeito João Valar e o secretário da Fazenda, Pedro de Conto, trabalham em busca de um fechamento do ano com as contas em plenas condições para que o novo prefeito, Wilson Trevisan, assuma sem problemas. A Lei de Responsabilidade Fiscal é um compromisso importantíssimo para eles e todos os gestores municipais neste final de ano.

Decepção
Muita gente que participou da campanha recebeu promessas de secretarias formuladas por candidatos a vereador. Agora, com os candidatos eleitos, as primeiras promessas começam a não ser cumpridas. Na verdade, vereador não pode garantir secretaria para ninguém. Quem foi às ruas e vestiu a camisa pensando num carguinho na prefeitura pode se dar mal. A nomeação de secretários e diretores é uma atribuição do prefeito e não de vereador.

Como será?
Uma das expectativas que está se criando em torno da próxima Câmara de Vereadores é em relação ao desempenho do vereador eleito Odemar Marques. Como o mais idoso do Estado, eleito até pela curiosidade de ter passado quatro anos trabalhando nas ruas, com uma enxada e um carrinho de mão, o vereador surpreendeu a grande maioria dos eleitores. Foram mais de 700 votos. E agora? Está chegando a hora da verdade para o “novo” vereador.

Protesto
A eleição de Odemar Marques ainda é motivo de análises e comentários, posto que foi a maior surpresa da eleição. Muitos eleitores votaram no candidato em protesto contra os políticos em geral. Ele era o candidato diferente, o inusitado, o contraditório, num quadro de profunda decepção do eleitor com a classe política. Como forma de atacar a mesmice, muitos eleitores votaram no improvável. Claro que também muitos votaram em Marques por acreditar que ele pode fazer um bom trabalho. Mas o protesto também é fato.

Estadual
Uma disputa estadual está iniciando este ano e será decisiva daqui a dois anos. Quem será o sucessor de Raimundo Colombo? O empresariado de Chapecó iniciou uma campanha para que o Oeste Catarinense tenha um candidato a governador. Usa, para isso, uma mídia radiofônica exaltando as qualificações econômicas do Oeste. E defende a contrapartida política. O problema é que o êxito econômico não tem relação com o êxito político-eleitoral, que depende de outras questões como a demografia e o desejo do eleitor.

Bairrismo
Esquecendo um pouco a aldeia, o lançamento de um candidato a governador do Oeste é uma ideia que vem sendo alimentada, principalmente, pelo deputado estadual Gelson Merísio, o verdadeiro nome forte do governo do Estado. Sem bairrismo, o deputado Merísio se mostra um exímio articulador e já tem o nome estadualizado. Resta saber se essa capacidade de articulação será suficiente para ultrapassar a barreira regional, que sempre dificultou qualquer candidatura do Oeste ao Governo do Estado.

Em casa

A disputa, dentro do PSD, entretanto, não é tão pacífica. Além de Gelson Merísio, quem também se apresenta com disposição para concorrer a governador é o deputado federal, João Rodrigues. O nome de João Rodrigues, que hoje está em baixa, depois dos problemas com a Justiça e por ter batido de frente com Raimundo Colombo, já foi bem mais forte na disputa pela sucessão estadual. Rodrigues e Merísio são de Chapecó. Quem sair de casa vitorioso terá que buscar a indicação no restante do Estado.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

A bomba
Na quinta-feira passada, a cidade foi sacudida por uma bomba. A sentença que condenou o ex-prefeito Nelson Foss da Silva, a 15 anos e 10 meses de prisão, o publicitário Marcelo Luiz Alberto, a 15 anos de prisão, a ex-secretária e atual vereadora, Maria Tereza Capra, a 12 anos de prisão, e a ex-secretária Paula Licks, a 3 anos de prisão, teve um efeito devastador. Paula Licks, por ter sido condenada a menos de quatro anos, já foi beneficiada com substituição de pena. É lógico que todos os demais vão recorrer.

Vem mais
O ex-prefeito Nelson Foss da Silva tem outros problemas judiciais que devem trazer ainda muita dor de cabeça e praticamente o excluem da vida pública. Tem outro acerca de licitações, na contratação de palco para o São Miguel Tchê de 2012. O pior, contudo, é o chamado Patrolão, um mega esquema de corrupção, denunciado pelo Ministério Público, a partir da delação de um empresário do setor de máquinas pesadas que confessou ter pago propina para ex-prefeitos, ex-secretários e servidores públicos.

Injúria
Um dos processos mais recentes em que o ex-prefeito e a ex-vereadora Maria Tereza Capra estão respondendo foi movido pelo prefeito João Carlos Valar, o vice-prefeito Wilson Trevisan, e os vereadores Gilberto Berté, Cláudio Barp, e a ex-vereadora Cristiane Massaro. Eles denunciaram Nelsinho e Maria Tereza por injúria, devido à distribuição de um impresso onde acusavam os denunciantes de serem traidores do povo, em razão da aprovação de lei que instituiu novos valores de IPTU, taxa de lixo e alvará. 

Só rolo
O publicitário Marcelo Alberto foi duramente condenado pelo superfaturamento de shows e tem uma lista considerável de ações para responder. Além de São Miguel do Oeste, é acusado de improbidade também em Anchieta. Sempre com rolos envolvendo prefeituras e dinheiro público. E há mais coisa sendo investigada no Ministério Público. Marcelo, até meses atrás, era dono do jornal Gazeta Catarinense, cujas cotas repassou a pessoas próximas, incluindo a esposa, Marília Maróstica.

Soltos
Todos os condenados da semana que passou ainda tem direito a recorrer contra as penas. Mesmo que assim não fosse e que as penas já fossem definitivas, eles ainda assim não seriam presos, como muita gente. As condenações são a penas em regime semi-aberto. Ou seja: teriam que dormir na prisão, num primeiro momento. O problema todo é perder a primariedade. Como tem mais ações que serão julgadas em breve, esse é um problema sério. Perdem a condição de réus primários e os antecedentes prejudicam a defesa.

Mais um
Outro político da cidade que está mais do que enrolado é o ex-secretário e atual vereador Idemar Guaresi. As confusões vão desde problemas na Operação Patrolão, denúncia de cobranças de dinheiro de agricultores por serviços prestados com máquinas da prefeitura até fraudes em licitação. Nenhuma condenação ainda. Algumas ações estão mais adiantadas, outras estão só começando. Guaresi era vice na chapa de Cristiane Massaro e acabou em último na eleição. O mandato de vereador termina no final do ano.

Pública

As penas nas sentenças anunciadas este mês repercutiram muito na cidade. Cada um tem sua interpretação. Tem gente que não se conforma com o regime semi-aberto, tem gente que acha que foi muito. O ex-prefeito Nelson Foss da Silva até ironizou, dizendo que os fatos eram muito pequenos para uma pena tão grande. Pode esperar que vem penas ainda maiores, principalmente com o Patrolão. O que é mais grave, contudo, nem é a pena em si. É a execração pública e a repercussão na comunidade. A condenação pública é, talvez, mais grave do que a condenação penal.