A bomba
Na quinta-feira
passada, a cidade foi sacudida por uma bomba. A sentença que condenou o
ex-prefeito Nelson Foss da Silva, a 15 anos e 10 meses de prisão, o
publicitário Marcelo Luiz Alberto, a 15 anos de prisão, a ex-secretária e atual
vereadora, Maria Tereza Capra, a 12 anos de prisão, e a ex-secretária Paula
Licks, a 3 anos de prisão, teve um efeito devastador. Paula Licks, por ter sido
condenada a menos de quatro anos, já foi beneficiada com substituição de pena.
É lógico que todos os demais vão recorrer.
Vem mais
O ex-prefeito
Nelson Foss da Silva tem outros problemas judiciais que devem trazer ainda
muita dor de cabeça e praticamente o excluem da vida pública. Tem outro acerca
de licitações, na contratação de palco para o São Miguel Tchê de 2012. O pior,
contudo, é o chamado Patrolão, um mega esquema de corrupção, denunciado pelo
Ministério Público, a partir da delação de um empresário do setor de máquinas
pesadas que confessou ter pago propina para ex-prefeitos, ex-secretários e
servidores públicos.
Injúria
Um dos processos
mais recentes em que o ex-prefeito e a ex-vereadora Maria Tereza Capra estão
respondendo foi movido pelo prefeito João Carlos Valar, o vice-prefeito Wilson
Trevisan, e os vereadores Gilberto Berté, Cláudio Barp, e a ex-vereadora
Cristiane Massaro. Eles denunciaram Nelsinho e Maria Tereza por injúria, devido
à distribuição de um impresso onde acusavam os denunciantes de serem traidores
do povo, em razão da aprovação de lei que instituiu novos valores de IPTU, taxa
de lixo e alvará.
Só rolo
O publicitário
Marcelo Alberto foi duramente condenado pelo superfaturamento de shows e tem
uma lista considerável de ações para responder. Além de São Miguel do Oeste, é
acusado de improbidade também em Anchieta. Sempre com rolos envolvendo
prefeituras e dinheiro público. E há mais coisa sendo investigada no Ministério
Público. Marcelo, até meses atrás, era dono do jornal Gazeta Catarinense, cujas
cotas repassou a pessoas próximas, incluindo a esposa, Marília Maróstica.
Soltos
Todos os
condenados da semana que passou ainda tem direito a recorrer contra as penas.
Mesmo que assim não fosse e que as penas já fossem definitivas, eles ainda
assim não seriam presos, como muita gente. As condenações são a penas em regime
semi-aberto. Ou seja: teriam que dormir na prisão, num primeiro momento. O
problema todo é perder a primariedade. Como tem mais ações que serão julgadas
em breve, esse é um problema sério. Perdem a condição de réus primários e os
antecedentes prejudicam a defesa.
Mais um
Outro político da cidade que está mais do que enrolado é o ex-secretário
e atual vereador Idemar Guaresi. As confusões vão desde problemas na Operação
Patrolão, denúncia de cobranças de dinheiro de agricultores por serviços
prestados com máquinas da prefeitura até fraudes em licitação. Nenhuma
condenação ainda. Algumas ações estão mais adiantadas, outras estão só
começando. Guaresi era vice na chapa de Cristiane Massaro e acabou em último na
eleição. O mandato de vereador termina no final do ano.
Pública
As penas nas sentenças anunciadas este mês repercutiram muito na cidade.
Cada um tem sua interpretação. Tem gente que não se conforma com o regime
semi-aberto, tem gente que acha que foi muito. O ex-prefeito Nelson Foss da
Silva até ironizou, dizendo que os fatos eram muito pequenos para uma pena tão
grande. Pode esperar que vem penas ainda maiores, principalmente com o
Patrolão. O que é mais grave, contudo, nem é a pena em si. É a execração
pública e a repercussão na comunidade. A condenação pública é, talvez, mais
grave do que a condenação penal.
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