quarta-feira, 9 de novembro de 2016

A bomba
Na quinta-feira passada, a cidade foi sacudida por uma bomba. A sentença que condenou o ex-prefeito Nelson Foss da Silva, a 15 anos e 10 meses de prisão, o publicitário Marcelo Luiz Alberto, a 15 anos de prisão, a ex-secretária e atual vereadora, Maria Tereza Capra, a 12 anos de prisão, e a ex-secretária Paula Licks, a 3 anos de prisão, teve um efeito devastador. Paula Licks, por ter sido condenada a menos de quatro anos, já foi beneficiada com substituição de pena. É lógico que todos os demais vão recorrer.

Vem mais
O ex-prefeito Nelson Foss da Silva tem outros problemas judiciais que devem trazer ainda muita dor de cabeça e praticamente o excluem da vida pública. Tem outro acerca de licitações, na contratação de palco para o São Miguel Tchê de 2012. O pior, contudo, é o chamado Patrolão, um mega esquema de corrupção, denunciado pelo Ministério Público, a partir da delação de um empresário do setor de máquinas pesadas que confessou ter pago propina para ex-prefeitos, ex-secretários e servidores públicos.

Injúria
Um dos processos mais recentes em que o ex-prefeito e a ex-vereadora Maria Tereza Capra estão respondendo foi movido pelo prefeito João Carlos Valar, o vice-prefeito Wilson Trevisan, e os vereadores Gilberto Berté, Cláudio Barp, e a ex-vereadora Cristiane Massaro. Eles denunciaram Nelsinho e Maria Tereza por injúria, devido à distribuição de um impresso onde acusavam os denunciantes de serem traidores do povo, em razão da aprovação de lei que instituiu novos valores de IPTU, taxa de lixo e alvará. 

Só rolo
O publicitário Marcelo Alberto foi duramente condenado pelo superfaturamento de shows e tem uma lista considerável de ações para responder. Além de São Miguel do Oeste, é acusado de improbidade também em Anchieta. Sempre com rolos envolvendo prefeituras e dinheiro público. E há mais coisa sendo investigada no Ministério Público. Marcelo, até meses atrás, era dono do jornal Gazeta Catarinense, cujas cotas repassou a pessoas próximas, incluindo a esposa, Marília Maróstica.

Soltos
Todos os condenados da semana que passou ainda tem direito a recorrer contra as penas. Mesmo que assim não fosse e que as penas já fossem definitivas, eles ainda assim não seriam presos, como muita gente. As condenações são a penas em regime semi-aberto. Ou seja: teriam que dormir na prisão, num primeiro momento. O problema todo é perder a primariedade. Como tem mais ações que serão julgadas em breve, esse é um problema sério. Perdem a condição de réus primários e os antecedentes prejudicam a defesa.

Mais um
Outro político da cidade que está mais do que enrolado é o ex-secretário e atual vereador Idemar Guaresi. As confusões vão desde problemas na Operação Patrolão, denúncia de cobranças de dinheiro de agricultores por serviços prestados com máquinas da prefeitura até fraudes em licitação. Nenhuma condenação ainda. Algumas ações estão mais adiantadas, outras estão só começando. Guaresi era vice na chapa de Cristiane Massaro e acabou em último na eleição. O mandato de vereador termina no final do ano.

Pública

As penas nas sentenças anunciadas este mês repercutiram muito na cidade. Cada um tem sua interpretação. Tem gente que não se conforma com o regime semi-aberto, tem gente que acha que foi muito. O ex-prefeito Nelson Foss da Silva até ironizou, dizendo que os fatos eram muito pequenos para uma pena tão grande. Pode esperar que vem penas ainda maiores, principalmente com o Patrolão. O que é mais grave, contudo, nem é a pena em si. É a execração pública e a repercussão na comunidade. A condenação pública é, talvez, mais grave do que a condenação penal.

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