Brasileiros cruzam a
fronteira para comprar armas ilegais na Argentina
Cruzando
a pé a fronteira internacional em Bernardo de Irigoyen, na Província de Missiones,
pode-se comprar armas e munições a poucos metros da delegacia da Polícia
Federal.
Comprar ilegalmente armas de grosso calibre e munições
na localidade de Bernardo de Irigoyen é muito fácil. Os vendedores atuam a poucos
metros da fronteira, permanentemente policiado pela Gendarmería, no lado argentino,
e pelas polícias Militar e Federal, no lado brasileiro.
É
impressionante a tranquilidade com que se movem os vendedores e outras pessoas
que agem como intermediários para conectar com os compradores. Há ampla oferta
de armas, em sua maioria com a numeração raspada.
Recentemente
um canal de televisão brasileiro (Rede Record) fez uma reportagem com o título "Fronteira
sem Lei", onde um jornalista disfarçado mostrou a facilidade para comprar
armas e iludir os controles de Gendarmería e da Aduana. O homem entrou na
Argentina e passou por trás de algumas oficinas sem que ninguém fizesse
qualquer advertência. Apenas foi abordado por cambistas que compram e vendem reais
e pesos aos viajantes de ambos os países.
Na
rua, em frente a um comércio, um vendedor perguntou o calibre da arma desejada
pelo brasileiro. Não se surpreendeu quando o homem pediu uma pistola calibre
.40, uma nove milímetros ou um revólver calibre 38. O vendedor apenas disse que
tinha algumas, porém teria que mandar trazê-las, em perfeito português. E avisou
que a pistola que na Argentina são usadas pelas forças de segurança, a 9 milímetros,
tem um custo de R$ 3.200,00.
Como
o comprador achou o preço razoável, o vendedor fez uma chamada telefônica e acertou
o encontro para o dia seguinte, a poucos metros da Aduana, para mostrar o arsenal
disponível.
No
horário combinado, o vendedor chega em um automóvel e oferece um revólver
calibre 38 por R$ 3.000,00 e um calibre 32 por R$ 2.300,00. O brasileiro busca
regatear o preço, porém o homem avisa que "está barato porque vale R$ 3.200,00
e está deixando por R$ 3.000,00".
O
traficante assegura que também pode conseguir pistolas 9 milímetros. "São
seminovas, mas em estado de novas".
Em
outro comércio também tem munições. O vendedor oferece uma pistola 9 milímetros
por R$ 3.600,00, um revólver calibre 38 e outras 357 Magnum e assegura que duas
semanas antes vendeu uma similar por R$ 6.200,00.
Bernardo
de Irigoyen já não mostra o febril movimento de anos anteriores. A forte desvalorização
do real correu com os compradores brasileiros que buscavam fazer render o dinheiro
nos supermercados argentinos, mas outros seguem chegando em busca de drogas,
cigarros e armas.
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