Vereador
Muitos servidores públicos reclamam em São Miguel do Oeste contra os
desacatos e a falta de educação com que são tratados pelas pessoas que atendem.
Há lei prevendo, inclusive, prisão, para quem desacata ou pertturba quem está
trabalhando no serviço público. Vereador também é funcionário público, no
entendimento da lei. Em 2013, nas proximidades do Senai, um cidadão desacatou um
vereador, funcionário público portanto, dirigindo ofensas contra este através
das palavras "impublicáveis". A questão virou uma ação penal e o
ofensor teve que fazer um acordo, pagando cesta básica de um salário mínimo,
para não acabar sendo preso.
Justiça
Pelo que se vê nas
últimas semanas, a previsão de que as decisões judiciais terão importância
enorme nos rumos da campanha eleitoral vai se confirmar. Não só em São Miguel.
Vereadores, candidatos a vereadores, prefeitos, vices e ex-detentores de
mandato estão na mira do judiciário. O alvo, agora, são as contratações
irregulares de servidores. No caso do prefeito João Valar e do vereador Valnir
Scharnoski, a decisão judicial da vez foi motivada pela cedência do vereador da
Câmara, Luiz Pichetti para a prefeitura e a contratação dfe Éder Stocco para
seu lugar no legislativo. Como me disse um expert do Direito Administrativo, disponibilizar
um servidor e contratar um substituto já é furada, mas susbtituí-lo com
contratação de ACT sem teste seletivo é pior ainda.
Outras ações
Existem outras
ações na região destinando-se
a responsabilizar civilmente prefeitos e ex-prefeitos que nomearam oficialmente
pessoas para cargos comissionados, quando na prática havia o preenchimento de
vagas de provimento por meio de concurso público. Exemplos: diretores ocupando
cargos de motorista ou operador de máquina. O Ministério Público tem agido forte
contra esses casos que caracterizam total desvio de função e violação à regra
da obrigatoriedade do concurso público.
Presidente
Caiu como uma bomba a decisão da Justiça Eleitoral
determinando que a presidente da Câmara deixe a função de vereadora em dez
dias, para a posse do primeiro suplente do PMDB. A decretação liminar da perda
de mandato por infidelidade partidária deve ser cumprida nos próximos dias.
Cristiane Massaro, contudo, deve recorrer para garantir o seu mandato. O
imbróglio tende a se estender até o final do mandato. O mais curioso é que se a
vereadora tivesse esperado um pouco, agora em março, poderia trocar de partido
sem perder o mandato, numa janela extemporânea aberta no processo eleitoral. Na
época não se previa isso e não havia como adivinhar.
Justificação
Trata-se de uma Ação de Justificação de Desfiliação Partidária proposta
pela vereadora Cristiane Massaro, contra o PMDB de São Miguel do Oeste. Ela
pretendia a declaração de justa causa a justificar sua desfiliação da agremiação.
Alegou que houve grave discriminação pessoal por parte do PMDB. Conforme ela, o
prefeito João Valar, os secretários da administração e demais membros da
bancada governista expuseram a vereadora e presidente da Câmara a grave
constrangimento e vexame ao adverti-la publicamente, inclusive expondo o fato através
de meios de comunicação do município.
Defesa
O PMDB se defendeu no processo movido por Cristiane Massaro, sustentando
que os fatos veiculados pela imprensa nada tinham a ver com o partido e
restringiram-se à pessoa do prefeito João Valar e aos secretários de governo. O
partido pediu a extinção do processo, sem julgamento do mérito e negou
veementemente a existência da grave discriminação pessoal contra a vereadora.
Dois dos secretários, inclusive, sequer eram filiados ao PMDB. Uma testemunha
da vereadora foi ouvida, mas disse apenas que conhecia os fatos pela forma como foram divbulgados
através da imprensa.
Procurador
O Procurador Regional Eleitoral de Santa Catarina, André Bertuol,
entendeu que Cristiane Massaro não demonstrou a existência de grave
discriminação pessoal sofrida, limitando-se
a textos jornalísticos e uma nota assinada por apenas 9 (nove) membros do PMDB,
que pediam punição por ter a vereadora votado contra o que foi acordado em
reunião, elegendo-se, assim, Presidente da Câmara de Vereadores de São Miguel
do Oeste. O procurador disse que não existiu qualquer boicote à vereadora, e
que os fatos dizem respeito a questões inerentes à própria democracia interna
da agremiação. Ressaltou, ainda, que o Presidente do Diretório do PMDB era, à
época dos fatos, o irmão da vereadora, Deoclécio Zanatta, o Fio.
Recorre
A vereadora Cristiane Massaro disse que não pretendia recorrer da
liminar, afastando-se do cargo para a posse da primeira suplente, vereadora
Claudete Fabiani. Conforme ela, a decisão já havia sido tomada, mas foi revertida
no final de semana. A mudança ocorreu em função de entrevista do presidente do
PMDB, Moacir Martello. A presidente da Câmara disse que nos próximos dias vai
recorrer da decisão do Tribunal Regional Eleitoral, devendo aguardar pela
decisão final no exercício do cargo.
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