Golpe
Dias atrás, um homem
conseguiu reunir dez diretores de escolas municipais, em São Miguel do Oeste,
com uma história mirabolante. Anunciou que tinha dez caminhões (!) carregados
de mercadorias apreendidas pela Receita Federal, prontos para serem entregues
às escolas da cidade, para a realização de bingos beneficentes, para arrecadar
fundos. As Associações de Pais e Professores só precisavam pagar o combustível
para o transporte. Durante a reunião, mostrou fotos das mercadorias e
apresentou a conta: apenas 500 reais de cada APP para o combustível.
Nem todos
O golpe só não deu certo
porque nem todos são fáceis de enganar. Um dos participantes da reunião começou
a questionar a facilidade que o homem tinha para liberar produtos apreendidos
do contrabando, já que entidades de São Miguel do Oeste, como APAE, APAS e
Lions Clube já conseguiram essas liberações e sempre foi exigida uma burocracia
quase desanimadora. O homem se enrolou todo e não soube explicar, dando a
reunião por encerrada e foi embora rapidamente. Nessas horas, é sempre bom
ligar o desconfiômetro. Só não entendi como ele conseguiu reunir dez diretores
de escolas e APPs.
Compras
Um mandado de segurança foi
impetrado por uma empresa de Planalto Alegre contra edital da prefeitura de São
Miguel do Oeste, lançado para a compra de produtos destinados para a secretaria
de Assistência Social. A empresa denunciou que o edital continha exigência de
que as empresas participantes da licitação fossem sediadas na cidade ou na
região. Isso quer dizer que o edital impedia a participação de empresas de
fora. Os produtos se destinavam às atividades dos grupos de idosos e do
Cantinho Acolhedor, dentre outras. O Ministério Público manifestou-se pela acolhida
do mandado de segurança e a suspensão das compras pela prefeitura.
Limitar
A limitação da participação
de empresas em editais do setor de compras da prefeitura não é de todo ilegal. Como
princípio, a licitação deve ser aberta à participação de qualquer empresa. A
exceção é quando a limitação pode trazer vantagens para os cofres públicos.
Nesse caso, porém, não ficou demonstrado que a limitação tinha como objetivo
algum tipo de vantagem para a prefeitura, mas apenas a proibição de empresas de
fora participando da licitação, o que caracteriza favorecimento. É preciso
transparência em todos os setores da administração pública e de forma muito
especial no setor de compras.
Tributos
Outro setor que tem apresentado
muitos problemas na prefeitura é a área de tributos. Existem casos até de
dívidas já pagas, cujos imóveis estavam indo a leilão. O proprietário, obviamente,
ficou indignado e tomou as providências. Erros de cálculo grosseiros na hora de
cobrar o IPTU, dificuldades para correção dos valores, descumprimento de ordens
judiciais, atendimento de péssima qualidade e até mesmo a cobrança de dívidas
inexistentes já foram constatados. As reclamações encaminhadas ao setor, ao que
parece, soam como se exigir o seu direito fosse uma ofensa ao servidor. Uma
relação conflituosa que deveria merecer alguma atenção do prefeito Wilson
Trevisan.
Indevida
A cobrança indevida de
impostos é desagradável e causa consequências. Se uma empresa está sendo
cobrada indevidamente e vai retirar uma certidão negativa de débito da prefeitura,
não vai conseguir. Em alguns casos, esse documento é essencial. De meu próprio
escritório, há alguns meses, com a constituição de uma empresa, houve a opção
pelo Simples e a suspensão do pagamento individual de ISS. Para minha surpresa,
esta semana, veio a cobrança por atraso no ISS. Cobrança indevida, que
ensejaria ação judicial. Obviamente não ingressei com ação judicial nem o farei
porque, em última análise, quem pagaria seria o município e não o servidor que
provocou o dano.
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