quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Jango e Dilma tem semelhanças?
Nos estertores da tentativa de salvar o mandato de Dilma algum "Aspone", o famoso Assessor de Porcaria Nenhuma, criou um discurso para tentar sensibilizar senadores e a opinião pública: a sessão do Senado poderia vir a ser anulada como foi a sessão de 31 de março de 1964 que destituiu o presidente João Goulart e abriu as portas para a ditadura militar. Nessa ótica, Jango foi vítima de um golpe e ela também.
Eu me belisco e penso se estou sonhando ou se tudo o que aprendi na escola e na vida estava errado ou mudou.
A sessão anulada, presidida por Auro de Andrade, nada tem a ver com o impeachment de Dilma. Aquela sessão, onde Tancredo Neves fez o famoso discurso chamando todo mundo de canalhas, Jango não era acusado de cometer crime algum. Não houve processo de cassação. Não houve direito de defesa. Não houve contraditório. O Congresso Nacional foi convocado extraordinariamente e na mesma sessão, durante a noite, declarou vago o cargo de presidente da República. Basta ler nos livros de história.
A cassação de Dilma demorou 9 meses. Foram apresentados todos os argumentos da defesa e observado o devido processo legal e o que prescreve a Constituição. Se não fosse observado qualquer quesito previsto na CF, Dilma atravessaria a Explanada e poderia reclamar ao STF, anulando o processo. Essa possibilidade, Jango não teve. O cargo foi declarado vago, mesmo ele estando no Brasil.
Defender seu partido, sua ideologia, é legítimo. Mentir e tentar enganar a população é outra coisa.

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