Plebiscito é uma cortina de fumaça

Não há novidade nenhuma nas propostas de "pacto" da presidente Dilma. Todas elas estavam em documento elaborado pelo PT, em 2007. Agora, apenas, a presidente pegou o documento e trouxe para a opinião popular como se fosse uma proposta de pacto. Ora, pacto nacional, onde o povo brasileiro deve avalisar as propostas elaboradas há quase uma década pelo seu partido?

O pior de tudo, porém, foi a reprodução ipsis litteris do documento. Sequer se preocupou em fazer uma nova proposta, para apresentar como uma possibilidade de pacto.

Mas vamos ao que interessa. O plebiscito. A presidente, preocupada com os rumos que as manifestações estavam tomando, chegou a conclusão de que era preciso fazer alguma coisa para reverter a situação. Mas o que? Ora, alguma coisa que desviasse a discussão, o foco, a atenção da mídia. O Coelho da Cartola da vez foi o plebiscito.

A mídia, lógico, adorou. Passou a discutir meandros e salamaleques dessa proposta. Como fazer? O que incluir? Plebiscito ou Constituinte exclusiva? Tudo muito "a propósito". Tudo muito oportuno. Fica a pergunta. O que nos estávamos discutindo antes, o que era mesmo que a gente levou para as ruas, em protesto? Se bem me lembro, o protesto era contra a corrupção, o mensalão, a saúde, a educação, o transporte, os gastos absurdos com a Copa do Mundo...