Estamos perdendo a luta contra a corrupção
O problema da corrupção é o mais grave, neste momento conturbado da história brasileira. São tantos os escândalos que a sociedade já está se acostumando a um rombo maior a cada dia ou semana. São recordes negativos que vão deixando as pessoas enfaradas, sem vontade de saber dos detalhes.
A novidade, agora, é o roubo de bilhões dos fundos de pensão. Não vou nem ler para não estragar meu dia.
Na Itália e em Portugal, como no Brasil, se discute lei anticorrupção. Isso é bom. O povo começa a despertar para a necessidade de combate a essa peste, que corrói as estruturas dos países. A corrupção é responsável pela fome e sede no sertão nordestino. Esse dinheiro desviado dos cofres públicos, bem aplicado, poderia ser a solução para muitas das mazelas da população mais pobre. Poderia ser aplicada na saúde, resolvendo boa parte dos problemas de fila de espera por cirurgias, tratamentos e pelo básico, que também nos falta, começando por vacinas e saneamento. Poderia resolver o problema da educação, onde falta salário para os professores e bolsas de estudo para os mais carentes. Até financiamento estudantil está faltando. Mas dinheiro desviado há aos borbotões.
O problema está na hora de definir o que fazer. As medidas que aparecem são paliativas. Parecem respostas ao anseio popular, não solução do problema. Querem dar remédios para aplacar a dor, não para curar o doente. Ora, financiamento público de campanhas! Por favor!. Falem sério. Isso é ridículo! Propostas requentadas, cortina de fumaça... E tem gente da população que engole esse discursinho sem vergonha e sai defendendo o que os corruptos defendem!
O Brasil precisa de um combate sério à corrupção. Mas isso não prospera. Exatamente por isso estamos perdendo a guerra. Quando deveríamos punir rigorosamente as raposas flagradas dentro do galinheiro, as pessoas do povo se cotizam e arrumam dinheiro para livrá-los da cadeia. Quando detalhes sórdidos vem à tona, mostrando como o roubo era feito, tem gente que sai defendendo a explicação estapafúrdia. Um exemplo: as empreiteiras estão mostrando como era feito o esquema de doação "legal" de dinheiro da corrupção para campanhas eleitorais, dando um aspecto "legal" para a falcatrua. Os partidos correm para explicar que, apesar da confissão do doador, "foi tudo feito dentro da lei. E os otários, militontos, saem discursando: "foi tudo legal".
Quando a lei é perversa e o povo a defende, há um claro sinal de que estamos perdendo a batalha. Quando deveríamos riscar do mapa, políticos, partidos e empresas corruptas, tem gente que defende o contrário. "O que vamos fazer sem essas empresas, políticos e partidos?", questionam até pessoas responsáveis e honestas. Que pena. Com o dinheiro roubado por essas parcelas da população, nós poderíamos fazem um Brasil sem fome, sem sede, com boa saúde e educação...
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