quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Casta
Repercutindo intensamente o projeto de resolução 003/2016 aprovado pelos vereadores. Na surdina, a Câmara de Vereadores aprovou, sem transmissão pelo rádio, um abono especial natalino de 4 mil reais para cada servidor do próprio legislativo. Uma bondade com o dinheiro do povo, aprovada pelo plenário e que o presidente Idemar Guaresi (PR) garantiu que não irá sancionar. Votaram a favor, os vereadores Juarez da Silva (PT), Maria Tereza Capra (PT) e José Giovenardi (PR). Se abstiveram os peemedebistas Cláudio Barp, Dete Fabiani e Gilberto Berté. Votou contra Vanirto Conrad (PDT). Nini Scharnoski (PSD) estava ausente.

Sobrando
A festança dos vereadores com o dinheiro da população se dá num momento em que o município tem dificuldades até para pagar os fornecedores. Os primeiros servidores comissionados da prefeitura receberam direitinho. Os demais, dependem da situação no encerramento do ano. Na Câmara, todavia, a situação é outra. Sobra dinheiro. Tanto que a mesa diretora resolveu dar uma de Papai Noel e presentear cada servidor da Câmara com a singela quantia de 4 mil reais para as festas de natal e fim de ano. E a população que se lasque.

O nosso
O dinheiro que está sobrando na Câmara saiu do seu bolso e do meu. É dinheiro público, arrecadado através de impostos, como IPTU, ITBI, ISS, ou do retorno de impostos como ICMS e FPM. É desse bolo que a prefeitura repassa para a Câmara e os vereadores, se não usarem, tem que devolver para que seja usado em benefício da população. O argumento do presidente Idemar Guaresi de que os servidores economizaram durante o ano e agora terão o abono não cola. Economizar é obrigação. E economizaram para quê? Para embolsar o dinheiro do povo no final do ano?

Na mira
O vereador eleito e diplomado, Milto Annoni, foi denunciado pelo Ministério Público Eleitoral por compra de votos. A denúncia é de que fez dois churrascos, nos últimos 15 dias antes das eleições, para apoiadores e convidados. É crime. Se ficar provado que o vereador foi quem patrocinou os churrascos e se o objetivo foi angariar votos, pode resultar em cassação. O fato, à época, gerou um zum zum zum na cidade, mas não chegou a ser divulgado pelos meios de comunicação, mas não passou despercebido pelo Ministério Público.

Transição
Em Barra Bonita, a transição de governo iniciou no dia 16 de outubro. A oposição ganhou, mas o prefeito Darci Frizon (PMDB) encaminhou um ofício convidando o prefeito eleito, Moacir Piroca (PSD), para iniciar a transição. De lá para cá, foram vários encontros, sempre de forma educada e cortês. Piroca está muito satisfeito e disse que vai pegar a prefeitura com saldo positivo e dinheiro em caixa. O único problema identificado até agora é que a folha de pagamentos está em 52% do orçamento, dentro do limite prudencial, mas sem grandes possibilidades de novas contratações.

Silêncio

Estranha o silêncio em torno da eleição da nova mesa diretora da Câmara de Vereadores de São Miguel do Oeste. Em períodos anteriores, a essas alturas, era grande o alvoroço. Agora, a única manifestação pública foi do vereador eleito Edemar Marques, que declarou voto para o peemedebista Cláudio Barp. Serão treze vereadores, alguns de primeira viagem, e as articulações parecem ter ficado para os últimos dias, o que predispõe a soluções inesperadas. Se bem que certeza e eleição para a presidência da Câmara são palavras que quase nunca andam juntas.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Nenhum
Por enquanto, nenhum catarinense foi denunciado por ter recebido propina, em forma de doação legal ou de caixa dois, através da Odebrecht. É lógico que ainda é cedo para comemorar, pois são 70 executivos e só um delator teve o conteúdo de suas revelações divulgado. O que anima é que está havendo um tsunami na política nacional e os catarinenses, por enquanto, estão à salvo. Procurei, no portal do TSE, nos relatórios da campanha eleitoral de 2014, mas ninguém declarou ter recebido nada da Odebrecht.

Normal?
Os executivos da empreiteira vem a público e dizem que pagaram para ver seus interesses defendidos pelos políticos, no âmbito do Congresso Nacional ou do governo. Isso é propina. Daí, vem os políticos e afirmam que tudo foi feito dentro da lei e declarado à Justiça Eleitoral. Tá bom, foi resguardado o princípio legal. Mas e a moralidade? É princípio constitucional. Declarado ou não declarado, se o objetivo era a propina, tem que ser denunciado e punido da mesma forma. Não há diferença entre princípios constitucionais. O mal feito dentro da lei é tão errado quanto o imoral.

Abandono
Diante da situação caótica do Brasil, torna-se até compreensível o abandono de algumas obras públicas. Qualquer investimento de maior vulto gera suspeitas de desvios, superfaturamentos e propinas. Mas existem situações em que é urgente a continuidade das obras públicas, pelos transtornos que causam à população. É o caso da BR 163. A situação é completamente vergonhosa, sem falar dos riscos que a população corre ao trafegar entre São Miguel do Oeste e Dionísio Cerqueira.

Mobilizar
Será necessário, novamente, fazer mobilização para exigir a conclusão nas obras da BR 163? Toda a semana tem acidente grave. Tem gente morrendo nesta rodovia o tempo todo. O perigo é grande e um risco enorme para quem trafega nesse trecho. Sugiro, aos companheiros da mídia eletrônica, especialmente ao Adilson Baldissera, da Rede Peperi, e ao Wolmir Hubner, da 103, o lançamento urgente de campanhas pela conclusão da BR 163. É só assim que os políticos se sensibilizam diante das agruras da população.

Raspado
O cofre da prefeitura está raspado. Há uma grande preocupação da cúpula do governo com o fechamento das contas. Como o cobertor é curto, há necessidade de verificar o que é mais importante, do ponto de vista da Lei de Responsabilidade Fiscal. Afinal, Qualquer deslize pode representar problemas junto ao Ministério Público e o Poder Judiciário. Há informações sobre atrasos nos repasses a fornecedores. Os salários dos servidores públicos estão rigorosamente em dia. O cinto está sendo apertado e cada níquel vem sendo contado para cobrir o máximo possível, mesmo com um cobertor tão curto.

Indefinição
Muitas lideranças participaram diretamente da campanha do prefeito eleito, Wilson Trevisan, e não estão na primeira leva de escolhidos para participar do primeiro escalão do governo. Estão na expectativa do segundo escalão, com a nomeação de diretores e gerentes. A lista não deve sair antes do final do ano, já que a previsão é de preenchimento desses cargos só a partir de março. Nos tempos duros que o Brasil inteiro vive, uma perspectiva de aproveitamento, mesmo que em segundo ou terceiro escalão, faria um Natal e Ano Novo bem mais festivo.


quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Não vem
Foi transferida a visita de Lula a São Miguel do Oeste, que deveria acontecer nesta quarta-feira. Ficou, em princípio, para o dia 17 de dezembro. O ex-presidente foi convidado pelo MST e deveria visitar a Terra Viva. Há um movimento organizado para protestar durante a passagem do ex-presidente pela cidade. A explicação para o adiamento foi a tragédia com o voo da Chapecoense. Há quem diga que o protesto programado foi o real motivo da transferência.

Na lista
A lista dos delatados da Odebrecht tem pelo menos dois nomes de políticos de Santa Catarina. Nela aparecem os nomes do ex-deputado Antônio Ceron e do governador Raimundo Colombo. O governador, ainda em março, quando este assunto surgiu, explicou que seu nome aparecia na lista mas que jamais recebeu qualquer dinheiro de propina da empreiteira. De qualquer forma, eu também nunca recebi nenhum dinheiro de empreiteira e meu nome não está na lista.

Todos
A lista da Odebrecht tem potencial para derrubar meio mundo. Talvez seja este o temor de deputados e senadores, que se apressaram a votar, no meio da madrugada, uma lei que coloca a guilhotina sobre a cabeça de juízes e promotores. Tem nomes de peso, como José Sarney, José Serra, Sérgio Cabral (já preso), Randolfe Rodrigues, Renan Calheiros, Jacques Wagner,  Lindbergh Farias, Raul Jungmann, Eduardo Cunha, Vanessa Grazziotin e muito mais.

Equipe
A antecipação de alguns nomes da equipe de Wilson Trevisan, na edição de quarta-feira mostrou que minhas fontes continuam confiáveis. Todos os que apontei estavam no time divulgados naquele dia. Pena que eu não tinha a lista completa, mas mesmo assim, as informações mais importantes estavam lá. Um jornalista sem fontes não é nada. Agradeço aos amigos que me repassam informações privilegiadas e que ajudam a manter o leitor bem informado.

Enxuta
O secretariado de Trevisan é do tamanho necessário para enfrentar a crise. Uma equipe reduzida, já que as previsões são pouco animadoras, para dizer o mínimo. A equipe foi diminuída de doze secretarias para apenas sete. Os cargos de segundo escalão só serão preenchidos a partir de março. A tarefa de sentar em cima do cofre e não abrir de jeito nenhum coube ao vice-prefeito Alfredo Spier, nomeado para acumular as secretarias de Administração e Fazenda.

Certos
Alguns nomes anunciados pelo prefeito já eram mais do que esperados. Cleumar Liebert, que foi escolhido como Chefe de Gabinete, era o coordenador da campanha e tido como certo na equipe. O vice-prefeito Alfredo Spier era outro que estava certo como integrante da equipe de governo. Deve acumular funções como Secretário de Administração e Fazenda. Renato Romancini era dado como certo na Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Vai acumular funções também na secretaria de Agricultura. Leonir Caron já era previsto e não pode ser considerado novidade na Saúde.
Novidades
Alguns nomes anunciados pelo prefeito foram surpresas para todo mundo. A pasta da Educação terá no comando a professora Rosani Pelissari, nome que não foi cogitado. Outra novidade é Marta Sotilli, que vai assumir a secretaria de Assistência Social. Vilmar Bonora, que liderou o movimento dos caminhoneiros, em 2014 e 2015, e que concorreu a vereador, vai comandar a Secretaria de Obras. A grande surpresa, porém, foi Marli da Rosa, ligada ao PMDB, que será a secretária de Planejamento e Desenvolvimento Urbano. Carlos Chaves continua na Fundação de Cultura e Juliano Siebel comanda a Fundação de Esportes.




quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Time
O prefeito Wilson Trevisan anuncia o secretariado hoje às 10 horas. Algumas informações que consegui antecipar ontem: de 12 secretarias o governo será reduzido para 7. Deverão ser anunciados daqui a pouco os nomes de Alfredo Spier (PP) na Administração, Leonir Caron (PP), na Saúde, Renato Romancini (PSD), no Desenvolvimento Econômico, José Chaves (PSD), na Cultura, e Cleumar Liebert (PSD), como chefe de gabinete.

Não quer
Um nome que chegou a circular com boa possibilidade de acerto nos últimos dias, não quer participar de cargos públicos. Jaime Pretto, ligado ao PP, era cotado para assumir a secretaria da Fazenda. Ele já ocupou o cargo no governo de Gilmar Baldissera e também de Nelson Foss da Silva. Pretto disse que até seria pessoalmente gratificante ser o secretário da Fazenda em três governos diferentes, mas não tem mais esse tipo de pretensão. O ex-secretário destaca que não quer mais participar da administração pública.

Também não
Quem também pretende encerrar sua atuação na vida pública é o secretário da Fazenda do governo João Valar, Pedro de Conto. Ele disse que está contando os dias para o encerramento do ano e de seu período como secretário. De Conto considera encerrada a sua tarefa com a entrega das contas deste ano e prometeu à família que nunca mais volta ao serviço público. Brincando, chegou a dizer à esposa Leoni que era um até logo. A reação foi imediata e ele explicou que era tudo brincadeira. Sai junto com Valar para não mais voltar.

Debandada
Um grande número de servidores públicos está se aposentando ou está prestes a se aposentar nos próximos meses. A maioria não pretende continuar, até temendo novas alterações na Previdência Social. Isso acaba gerando um problemão para o novo governo, visto que os novos vão precisar de tempo e treinamento para as tarefas do serviço público. Pesou, para alguns, a volta de Gilmar Baldissera, que teve problemas sérios com o funcionalismo quando foi prefeito e, agora, parece ser o homem forte do Governo Wilson Trevisan.

Mudando
Por razões diversas, o PMDB de São Miguel do Oeste está passando por mudanças profundas. Nomes tradicionais do partido estão cada vez mais distantes do dia a dia do partido. O ex-prefeito José Fiorini se afastou completamente. O ex-prefeito Luiz Basso, com problemas de saúde, já não mais participa. O ex-vereador Flávio Ramos abandonou o barco. O ex-vereador Deoclécio Zanatta, o Fio, ficou numa saia justa sem tamanho, com o episódio da saída de Cristiane Zanatta. Sábado, o ex-vereador Vilson Bratkowski, faleceu durante uma cirurgia cardíaca. João Valar também promete abandonar a vida pública.

Será?
Nos últimos dias surgiu uma informação bombástica. O prefeito eleito teria na manga o nome de uma liderança do PMDB para assumir a secretaria de Educação. O partido saiu da campanha com problemas sérios, devido ao trabalho de algumas lideranças a favor de Wilson Trevisan, quando se espertava apoio total ao candidato da agremiação, Airton Fávero. Será que tinha gente, dentro do PMDB, realmente trabalhando por Trevisan e agora estará no novo governo? Tá parecendo o filme O Quatrilho... quando você acha que está com o parceiro, está, na verdade, com o adversário.

Barulho

A ativista Patrícia Dalmina é uma grata surpresa na vida política local. Jovem, articulada e com um discurso forte em defesa de várias bandeiras interessantes, como urbanismo, meio ambiente e a seriedade na vida pública, é uma liderança de futuro, que pode vingar em São Miguel do Oeste. Nos últimos dias tem provocado muito barulho contra a retirada de canteiros na área central, para ampliação do estacionamento rotativo. Defende uma cidade mais verde e se mostra uma liderança promissora na cidade.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Limpe
O inquérito da Operação Patrão, concluído na semana passada pelo delegado Cleverson Muller, e que contou com o trabalho também do delegado Albert Silveira, levantou mais de mil páginas sobre o conluio entre o ex-prefeito Nelson Foss da Silva e outras figurinhas carimbadas da cidade. Todos os princípios constitucionais da administração pública, representados pela sigla LIMPE (Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência) foram violados.

Velha
A nova denúncia contra Nelsinho, é velha. Foi feita em 2012 ao Ministério Público, que arquivou por falta de indícios mínimos de irregularidades. O promotor da época apenas “constatou” um grande número de contatos firmados com a Cooperastec, a cooperativa capitaneada por Ivan Corazza, que depois acabaria por denunciar seus comparsas de falcatruas. Em 2013, contei a história em meu blog (ageuvieira.blogspot.com.br). Felizmente, a Polícia Civil de Santa Catarina fez o seu papel e trouxe mais uma grave denúncia de corrupção que envolve mais de 3 milhões e 300 mil reais.

Laranjas
A denúncia original, feita por um morador, era de que o ex-prefeito Nelson Foss da Silva estava por trás de laranjas que montaram empresas para fraudar licitações de calçamentos. Um deles, seria o ex-vereador Luiz Cozer, o Peninha. O morador denunciou que as obras contratadas junto aos laranjas de Nelsinho andavam rápido, tinham caminhões da prefeitura à disposição e o prefeito até vistoriava os trabalho. As que eram contratadas junto a outras empresas, andavam a passos de tartaruga.

Vem mais
São Miguel do Oeste começa a vivenciar uma grande semelhança com a Lava-Jato. A cada semana, uma bomba. O novelo começou a ser desvendado, com o surgimento de condenações e inquéritos. Ainda é só o começo. Ainda vem mais. Tem outras bombas na fila. Tem a fraude da licitação irregular de empresa para fazer a reforma administrativa, tem a licitação fraudada para a contratação de escritório de advocacia, etc... Sem falar no Patrolão, o superfaturamento nja compra de máquinas pela prefeitura.

Transição
Começa no dia primeiro de dezembro, oficialmente, a transição de governo em São Miguel do Oeste. O prefeito eleito, Wilson Trevisan, e o prefeito João Carlos Valar, vão despachar conjuntamente na prefeitura. Um trabalho em equipe que nunca se viu na cidade. Quando Valar assumiu em 2001, o ex-prefeito Gilmar Baldissera nem estava na prefeitura. Havia sido afastado pela Justiça. Quando Nelsinho assumiu, em 2009, os dois lados estavam em pé de guerra. Em 2013, quando Valar voltou, a situação era ainda pior, inclusive nas barras dos tribunais.

Equipe
Começam a surgir alguns nomes de lideranças que estão sendo cotadas para assumir o secretariado de Trevisan. Alguns são dados como certos. O primeiro é Renato Romancini, que deve ser mantido no Desenvolvimento Econômico. Outro que está sendo relacionado como certo é o coordenador da campanha, Cleumar Liebert, que tanto pode assumir a secretaria de Administração, quanto a chefia de gabinete. Para a chefia de Gabinete também ganha força o ex-vereador Sérgio Volpi. Quem também é dado como certo é o secretário da Saúde, vaga que deve ficar com Leonir Caron. Também é um nome forte o vereador eleito, Elias Araújo, que pode ir novamente para a secretaria de Cultura.



quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Fechando
O governo municipal está organizando o encerramento do mandato, com a redução do quadro de servidores e a dispensa de comissionados. O prefeito João Valar e o secretário da Fazenda, Pedro de Conto, trabalham em busca de um fechamento do ano com as contas em plenas condições para que o novo prefeito, Wilson Trevisan, assuma sem problemas. A Lei de Responsabilidade Fiscal é um compromisso importantíssimo para eles e todos os gestores municipais neste final de ano.

Decepção
Muita gente que participou da campanha recebeu promessas de secretarias formuladas por candidatos a vereador. Agora, com os candidatos eleitos, as primeiras promessas começam a não ser cumpridas. Na verdade, vereador não pode garantir secretaria para ninguém. Quem foi às ruas e vestiu a camisa pensando num carguinho na prefeitura pode se dar mal. A nomeação de secretários e diretores é uma atribuição do prefeito e não de vereador.

Como será?
Uma das expectativas que está se criando em torno da próxima Câmara de Vereadores é em relação ao desempenho do vereador eleito Odemar Marques. Como o mais idoso do Estado, eleito até pela curiosidade de ter passado quatro anos trabalhando nas ruas, com uma enxada e um carrinho de mão, o vereador surpreendeu a grande maioria dos eleitores. Foram mais de 700 votos. E agora? Está chegando a hora da verdade para o “novo” vereador.

Protesto
A eleição de Odemar Marques ainda é motivo de análises e comentários, posto que foi a maior surpresa da eleição. Muitos eleitores votaram no candidato em protesto contra os políticos em geral. Ele era o candidato diferente, o inusitado, o contraditório, num quadro de profunda decepção do eleitor com a classe política. Como forma de atacar a mesmice, muitos eleitores votaram no improvável. Claro que também muitos votaram em Marques por acreditar que ele pode fazer um bom trabalho. Mas o protesto também é fato.

Estadual
Uma disputa estadual está iniciando este ano e será decisiva daqui a dois anos. Quem será o sucessor de Raimundo Colombo? O empresariado de Chapecó iniciou uma campanha para que o Oeste Catarinense tenha um candidato a governador. Usa, para isso, uma mídia radiofônica exaltando as qualificações econômicas do Oeste. E defende a contrapartida política. O problema é que o êxito econômico não tem relação com o êxito político-eleitoral, que depende de outras questões como a demografia e o desejo do eleitor.

Bairrismo
Esquecendo um pouco a aldeia, o lançamento de um candidato a governador do Oeste é uma ideia que vem sendo alimentada, principalmente, pelo deputado estadual Gelson Merísio, o verdadeiro nome forte do governo do Estado. Sem bairrismo, o deputado Merísio se mostra um exímio articulador e já tem o nome estadualizado. Resta saber se essa capacidade de articulação será suficiente para ultrapassar a barreira regional, que sempre dificultou qualquer candidatura do Oeste ao Governo do Estado.

Em casa

A disputa, dentro do PSD, entretanto, não é tão pacífica. Além de Gelson Merísio, quem também se apresenta com disposição para concorrer a governador é o deputado federal, João Rodrigues. O nome de João Rodrigues, que hoje está em baixa, depois dos problemas com a Justiça e por ter batido de frente com Raimundo Colombo, já foi bem mais forte na disputa pela sucessão estadual. Rodrigues e Merísio são de Chapecó. Quem sair de casa vitorioso terá que buscar a indicação no restante do Estado.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

A bomba
Na quinta-feira passada, a cidade foi sacudida por uma bomba. A sentença que condenou o ex-prefeito Nelson Foss da Silva, a 15 anos e 10 meses de prisão, o publicitário Marcelo Luiz Alberto, a 15 anos de prisão, a ex-secretária e atual vereadora, Maria Tereza Capra, a 12 anos de prisão, e a ex-secretária Paula Licks, a 3 anos de prisão, teve um efeito devastador. Paula Licks, por ter sido condenada a menos de quatro anos, já foi beneficiada com substituição de pena. É lógico que todos os demais vão recorrer.

Vem mais
O ex-prefeito Nelson Foss da Silva tem outros problemas judiciais que devem trazer ainda muita dor de cabeça e praticamente o excluem da vida pública. Tem outro acerca de licitações, na contratação de palco para o São Miguel Tchê de 2012. O pior, contudo, é o chamado Patrolão, um mega esquema de corrupção, denunciado pelo Ministério Público, a partir da delação de um empresário do setor de máquinas pesadas que confessou ter pago propina para ex-prefeitos, ex-secretários e servidores públicos.

Injúria
Um dos processos mais recentes em que o ex-prefeito e a ex-vereadora Maria Tereza Capra estão respondendo foi movido pelo prefeito João Carlos Valar, o vice-prefeito Wilson Trevisan, e os vereadores Gilberto Berté, Cláudio Barp, e a ex-vereadora Cristiane Massaro. Eles denunciaram Nelsinho e Maria Tereza por injúria, devido à distribuição de um impresso onde acusavam os denunciantes de serem traidores do povo, em razão da aprovação de lei que instituiu novos valores de IPTU, taxa de lixo e alvará. 

Só rolo
O publicitário Marcelo Alberto foi duramente condenado pelo superfaturamento de shows e tem uma lista considerável de ações para responder. Além de São Miguel do Oeste, é acusado de improbidade também em Anchieta. Sempre com rolos envolvendo prefeituras e dinheiro público. E há mais coisa sendo investigada no Ministério Público. Marcelo, até meses atrás, era dono do jornal Gazeta Catarinense, cujas cotas repassou a pessoas próximas, incluindo a esposa, Marília Maróstica.

Soltos
Todos os condenados da semana que passou ainda tem direito a recorrer contra as penas. Mesmo que assim não fosse e que as penas já fossem definitivas, eles ainda assim não seriam presos, como muita gente. As condenações são a penas em regime semi-aberto. Ou seja: teriam que dormir na prisão, num primeiro momento. O problema todo é perder a primariedade. Como tem mais ações que serão julgadas em breve, esse é um problema sério. Perdem a condição de réus primários e os antecedentes prejudicam a defesa.

Mais um
Outro político da cidade que está mais do que enrolado é o ex-secretário e atual vereador Idemar Guaresi. As confusões vão desde problemas na Operação Patrolão, denúncia de cobranças de dinheiro de agricultores por serviços prestados com máquinas da prefeitura até fraudes em licitação. Nenhuma condenação ainda. Algumas ações estão mais adiantadas, outras estão só começando. Guaresi era vice na chapa de Cristiane Massaro e acabou em último na eleição. O mandato de vereador termina no final do ano.

Pública

As penas nas sentenças anunciadas este mês repercutiram muito na cidade. Cada um tem sua interpretação. Tem gente que não se conforma com o regime semi-aberto, tem gente que acha que foi muito. O ex-prefeito Nelson Foss da Silva até ironizou, dizendo que os fatos eram muito pequenos para uma pena tão grande. Pode esperar que vem penas ainda maiores, principalmente com o Patrolão. O que é mais grave, contudo, nem é a pena em si. É a execração pública e a repercussão na comunidade. A condenação pública é, talvez, mais grave do que a condenação penal.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Desafios
O novo governo terá alguns desafios importantes a partir do ano que vem. O primeiro deles será manter a casa em ordem. E não imaginem que será uma tarefa simples. A queda de arrecadação, fruto de uma crise sem precedentes no Brasil, tem reflexos de efeito retardado sobre as prefeituras. O prefeito Wilson Trevisan, com formação em Administração, tem plenas condições de gerir esse quadro de dificuldades. O problema deve persistir pelo menos nos primeiros meses de governo.

Acomodar
O segundo grande desafio de Wilson Trevisan será acomodar o time inteiro no governo. Muita gente aderiu com a perspectiva de trabalhar na prefeitura. Tal expectativa conflita com o quadro econômico e financeiro do município, que sugere pé no freio. Como encontrar um meio termo que combine economia de gastos com a acomodação de companheiros de campanha eleitoral, sem gerar descontentamento e desgastes? Nesse caso, a habilidade administrativa não é suficiente. É preciso também habilidade política.

Já fez
Tem-se visto a nível nacional o esforço do INSS para revisar todos os benefícios de auxílio doença concedidos há mais de dois anos. Há muita falcatrua e muita gente recebendo indevidamente. O esforço é louvável e necessário, já que a Previdência Social também está quebrada, como de resto quase todas as autarquias. Em São Miguel do Oeste, ao contrário, todo o trabalho de revisão já foi efetuado pela equipe comandada pelo chefe da agência, Fernando Gusmão, antes mesmo da decisão do governo de rever os benefícios.

Atento
O promotor de Justiça, Cyro Guerreiro, está muito atuante nos casos de improbidade administrativa no gerenciamento de recursos. Há situações estranhas sendo investigadas, principalmente em relação à assinatura de convênios por entidades junto aos órgãos públicos objetivando o repasse de recursos. O alvo dos aproveitadores é sempre o dinheiro do cidadão. E as práticas são criativas, incluindo a falsificação de assinaturas para a montagem de empresas, para receber dinheiro público por meio de convênios.

Fraude
O Jornal Imagem foi objeto de uma fraude que pode ter sido decisiva nas eleições deste ano em Riqueza. O jornal não circula naquela cidade. Mesmo assim, dias antes da eleição circulou. Alguém, que a Justiça Eleitoral está tentando identificar, imprimiu uma “edição especial”, usando o logotipo do Jornal Imagem, anunciando que o Ministério Público estava pedindo a cassação do prefeito, que concorria a reeleição. O prefeito perdeu a eleição por 30 votos. O Jornal Imagem, obviamente, jamais fez a edição distribuída em Riqueza. Quem cometeu a fraude tem conhecimento da edição de jornais...

Outra
O Ministério Público instaurou ação por crime previsto na Lei de Licitações, contra o ex-prefeito Nelson Foss da Silva, Marina Guerini e Ivanor Simon, que era secretário de Administração, em 2010. A denúncia é de inexigibilidade ilegal de licitação para contratação da empresa Gnoatto e Moresco Advogados Associados, para a prestação de serviço de assessoria jurídica, a fim de ajuizar ação judicial objetivando o recebimento das parcelas correspondentes a 25% de arrecadação de ICMS, sem as retenções no financiamento do PRODEC. A ação foi proposta pelo MP em agosto deste ano.

Salgada
A ação proposta pelos advogados Cleyton Moresco e Paulo Gnoatto custaria aos cofres da prefeitura a singela soma de 375 mil reais, equivalente a 15% do valor recuperado, que seria de 2 milhões e 500 mil reais. Nada contra os honorários dos profissionais. O problema foi a dispensa ilegal da licitação para celebrar o contrato com o Poder Público. Ainda mais se pensar que a prefeitura tem assessoria, com advogados competentes, concursados e comissionados, em condições de propor qualquer ação. Sem falar nos demais advogados da cidade, que poderiam concorrer se fosse feita a licitação.


quarta-feira, 19 de outubro de 2016

O novo
A Câmara de Vereadores, a partir de janeiro, vai ser muito diferente da atual. Ao invés de nove vereadores, serão treze. A maioria vai ser exercida por, no mínimo, sete vereadores, o que amplia a necessidade de discussão e articulação. Se o governo pretender a maioria, para garantir a famigerada “governabilidade” terá que ampliar o leque de partidos para além da coligação. É com esse objetivo que o prefeito Wilson Trevisan reuniu alguns dos vereadores eleitos já na primeira semana após 2 de outubro.

O novo I
Alguns estreantes na Câmara de Vereadores chegam na condição de surpresas e de confirmações. Dois que eram apontados em todas as projeções, confirmaram e vão para a Câmara pela primeira vez: Vagner dos Passos e Cássio da Silva. Chegam ungidos por votação expressiva e com grande expectativa junto ao eleitorado. Algumas surpresas também aconteceram. Uma delas foi a eleição do vereador mais velho da história, Odemar Marques. Agora, ele deixa as ruas, o carrinho de mão e a enxada para trocar tudo pela canetas e pelos gabinetes.

O velho
O vereador mais votado da cidade passa ser também o mais experiente. Vanirto Conrad é um remanescente de outros dois mandatos. Foram reeleitos Cláudio Barp, José Giovenardi, Maria Tereza Capra e Gilberto Berté, mas todos eles só tinham exercido um único mandato. Teve gente que voltou à Câmara, como Milto Annoni, mas não como vereador reeleito. Será que, finalmente, Vanirto terá sua chance de exercer a presidência do Legislativo? Nas tentativas anteriores, por acordos, o pedetista foi preterido na última hora e ficou pelo caminho.

A mulher
A representação feminina na Câmara, não mudou. Ou melhor: encolheu. Duas mulheres eleitas. Maria Tereza Capra e Sílvia Kuhn. O PMDB, que elegera Cristiane Zanatta, em 2010, e agora elegeu a professora Sílvia, num belíssimo trabalho do PMDB Mulher, segmento fortíssimo do partido. Maria Tereza se consolidou como o melhor nome do PT. E único, aliás. Como o número de vereadores aumentou e o número de mulheres eleitas se manteve dá para dizer que a representatividade feminina no Legislativo diminuiu. É um desafio para as duas, pois as pautas que interessam às mulheres terão que ser asseguradas por Maria Tereza e Sílvia em meio a 11 homens.


Prontuário
Muito tem se falado no prontuário eletrônico, como uma solução para a logística envolvendo diagnósticos, exames, medicamentos e histórico de pacientes atendidos nos postos de saúde, UPA e hospitais. Pela lei, tudo deverá estar nos computadores, para acesso eletrônico de médicos, enfermeiros e profissionais da saúde, até o final do ano. O papel, nas unidades de saúde, deverá ser extinto até o final do ano. Em São Miguel do Oeste ainda tem muita coisa para ser feita, como de resto na maioria dos municípios do Brasil.

Lombadas
Muitas reclamações pela retirada das lombadas da Willy Barth. Muitas reclamações pelo abuso de motoristas e da alta velocidade empreendida naquela via. Já tivemos muitas mortes na Willy Barth. Já tivemos protestos e manifestações. Não está na hora de corrigir o mal feito e recolocar as lombadas, eletrônicas ou físicas na rodovia. Teremos que esperar que mais vidas se percam para que seja tomada uma medida posterior? Se a Willy Barth é uma rodovia federal, que o DNIT tome as providências. Se a prefeitura ainda tem alguma responsabilidade, que assuma. O que não pode é o cidadão fica à mercê desse jogo de empurra.


quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Oposição
Os vereadores oposicionistas - diga-se, PT e PR - estiveram reunidos em torno da chapa da vereadora Cristiane Zanatta na eleição municipal. Essa chapa obteve exatos 3.848 votos, o que equivale a 18,02%. Embora o barulho tenha sido grande, o respaldo da população não chegou a 20% dos votos válidos. Dos três vereadores que concorreram à reeleição, dois se reelegeram: José Giovenardi e Maria Tereza Capra. Juarez da Silva ficou pelo caminho. O quarto vereador de oposição, Idemar Guaresi, era vice de Cris Zanatta e também fica fora da próxima Câmara.

Última
O que se pode avaliar do desempenho da oposição nas urnas? Maria Tereza Capra, ao que parece, transcendeu ao desgaste de seu partido, o PT. Diga-se, também, quem fez uma campanha sem usar as marcas tradicionais do partido, usando preferencialmente o rosa como cor de seu material de divulgação. Antes mesmo da campanha, Maria Tereza mostrava-se preocupada com os rumos do PT, mas não via alternativas viáveis para afastar-se da sigla. Ruim com ela, pior sem ela. Assim, ficou e hoje é a única representante do PT com mandato em São Miguel do Oeste.

Sem eco
Ficou evidenciado na eleição que o eleitor de São Miguel do Oeste não se deixa levar pela crítica pura e simples. Bater e bater não ganha voto. O eleitor local prefere a campanha propositiva, onde o candidato expõe o que pretende fazer. Isso também leva a uma reflexão mais aprofundada. Porquê o eleitor age assim? Estará de acordo com as ações do governo, deixando a oposição sem eco, ou será porque realmente não gosta de críticas ou polêmicas sem muito fundamento? Afinal, foram mais de 80% dos votos para partidos que estavam e estão juntos no governo até o final do ano.

Governo
Os candidatos Wilson Trevisan (PSD), Airton Fávero (PMDB) e Carlinhos Gerhard (PDT), não podiam ser classificados como oposição, nas eleições do dia 2. Os três partidos e a maioria de seus dirigentes estavam ou estão no governo. A bem das verdade, até Cris Zanatta era governo até pouco tempo, quando deixou o PMDB e aliou-se ao PT. Juntos, os três partidos governistas fizeram 17.578 votos, ou 81,98%. Talvez tenha faltado um articulador ao estilo Luiz Henrique da Silveira para colocá-los todos na mesma canoa.


Funciona
A Coopafesmo, cooperativa criada no governo de Nelson Foss da Silva e que pretendia assumir a feira livre, contrariando o desejo dos feirantes, foi retirada do local. Sem alvará, a cooperativa ficou impedida de funcionar na feira livre. Uma ação judicial tramita no fórum questionando a criação da cooperativa, já que assinatura de vários feirantes, colocados como fundadores, foi falsificada. Os feirantes, de outra parte, estão abrindo a feira todos os dias, com bom público, prova de que uma feira livre municipal funciona e é viável para os feirantes e para a população.

Agora vai?
A amigos e pessoas mais próximas, Wilson Trevisan tem dito que uma das primeiras medidas que irá adotar no início do governo é a ativação do estacionamento rotativo. Compromisso assumido com os comerciantes do centro da cidade, Trevisan quer cumprir a promessa e ativar o estacionamento, que já foi aprovado em todas as instâncias, no legislativo. Ao que tem dito, a proposta pode ter algumas alternativas, como o estacionamento gratuito, pelo menos durante algum período de tempo. Se vai funcionar, é o xis da questão. Tem muita gente que não quer nem ouvir falar em estacionamento pago.

Parque
Há muito, prefeitura e o Lions Clube tem trabalhado para a criação de um parque ambiental e ecológico na cidade. Já se tentou a área do Agostini, próximo à Matacura, sem sucesso. Já se tentou a área do CAPETI, no Santa Rita, também sem sucesso. Agora, o prefeito João Valar pretende encaminhar à Câmara de Vereadores projeto de cessão parcial de uma área no bairro Salete, onde deve ser implantado o parque ecológico Melvin Jones. O Lions Clube Universidade entraria como “cuidador” da área, que continuaria a pertencer ao município.


quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Soberano

As eleições de domingo foram as mais tranquilas da história de São Miguel do Oeste. Sem incidentes, sem denúncias de irregularidades graves, sem violência, aparentemente sem compra de votos, sem prisões e sem boca de urna. E a cidade terminou limpa, se comparadas às ruas depois de eleições anteriores.
O prefeito eleito, Wilson Trevisan, teve apenas um contratempo mais sério, que foi a substituição de seu candidato a vice-prefeito, no meio da campanha. A saída de Gilmar Baldissera não chegou a representar uma perda significativa na medida em que seu fiel escudeiro, Alfredo Spier, foi quem o substituiu.
O Partido Progressista, de grande perdedor em 2012, passou a ser um dos grandes vencedores de 2016, uma vez que recuperou a representação no Poder Legislativo e elegeu o vice-prefeito. Quem perdeu? A meu ver, o maior derrotado foi o PT, que encolheu em número de votos e ficou com somente um vereador. Só não ficou fora da Câmara graças ao bom trabalho da vereadora Maria Tereza Capra, reconhecido pelo eleitor nas urnas.
Agora, vencidos e vencedores precisam completar o último ato do processo eleitoral: curvar-se diante da opinião pública. Aceitar o resultado e avaliar o que deu certo e o que deu errado. Ao vencedor é importante a humildade para saber por quê venceu. Ao derrotado, é preciso entender por quê perdeu e reconhecer a vontade soberana da população. Afinal de contas, não há democracia sem que a opinião de Sua Excelência, o povo, seja respeitada.

Nenhuma

Os institutos de pesquisa fizeram fiasco de novo em São Miguel do Oeste. Em 2012, já tinham saído seriamente arranhados. Agora, perderam a credibilidade de vez. Ninguém foi capaz de prever que a candidata Cris Zanatta ficaria em último lugar. Teve pesquisa apontando a tucana em segundo e pesquisas internas até em primeiro. Carlinhos Gerhard, do PDT, que em todas foi apontado como último, fez uma excelente votação e terminou em terceiro. Agora, o que se pergunta é qual o papel das pesquisas, se elas nunca acertam?

Salvou

O único acerto dos institutos de pesquisas foi a do Folha, que acertou o índice de Wilson Trevisan, o vencedor da eleição. E foi só. Errou ao apontar Cris Zanatta como segunda colocada. Ficou em último. Errou ao colocar Airton Fávero como terceiro. Terminou em segundo. Errou ao colocar Carlinhos Gerhard em último. Terminou em terceiro. A impressão é que todas foram elaboradas sob medida. O grande prejudicado pelas pesquisas foi o candidato do PDT, que aparecia em último em todas elas.

Comício

O pouco público no comício de encerramento da campanha do PSD não foi devidamente avaliado. Tinha mais gente no Subway, onde havia promoção, do que no evento político, que acontecia na frente. Muita gente achava que isso era sinal de que Wilson Trevisan estava sem apoio do eleitor. Leitura equivocada, que acabou desmentida nas urnas. Talvez o que isso tenha significado é que o povo não está mais interessado nesse tipo de atividade política, em discursos, foguetórios, nas velhas práticas.

6 em 9

O candidato do PMDB, Airton Fávero, reconheceu a vitória de Wilson Trevisan, a quem desejou um bom governo, e disse que nas últimas nove eleições, o partido ganhou seis, ficando de fora apenas nos mandatos de Gilmar Baldissera, Nelsinho, e agora, com Trevisan. Reconheceu também que se tivesse concorrido junto com o PDT, o resultado teria sido outro. Mas também enalteceu os projetos do PDT e do PMDB, que decidiram concorrer sozinhos, em busca de novos caminhos no município.

Surpresa

A grande surpresa, e cuja leitura ainda precisa ser feita, foi a eleição do vereador Odemar Marques. Deve ser o vereador mais idoso da história de Santa Catarina. De São Miguel do Oeste é com certeza. Com 84 anos, sendo eleito pela primeira vez, o vereador tem o ensino fundamental incompleto e se destacou trabalhando na limpeza das ruas da cidade, com um carrinho de mão, uma pá e uma enxada. Fez quase 700 votos. A campanha foi com parcos recursos e o resultado foi expressivo.

Maioria

A maioria dos vereadores se reelegeu. Seis postulavam novo mandato e apenas o petista Juarez da Silva não conseguiu. Foram reeleitos Gilberto Berté, Cláudio Barp, Vanirto Conrad, José Giovenardi e Maria Tereza Capra. Ficam de fora, além de Juarez, Idemar Guaresi, que concorreu a vice-prefeito, Cris Zanatta, que perdeu o mandato e concorria e prefeita, Dete Fabiani, que concorria à vice-prefeita, e Nini Scharnoski, que não concorreu a nada. A renovação foi muito menor do que em 2012, quando só Scharnoski tinha sido reeleito.

Erros

O que levou Cris Zanatta ao último lugar? A candidata do PSDB tinha um potencial para fazer uma votação expressiva, mas erros na condução da campanha foram determinantes. A escolha do vice, Idemar Guaresi, foi um deles. Com sérios problemas jurídicos, o vice não ajudou em nada e ainda prejudicou a candidata. A falta de estrutura partidária também prejudicou, mas o PT, que deveria abastecer a campanha com militância, entrou rachado. Muita gente não queria aliança com o PSDB. Por fim, a exposição de Nelsinho, carimbado com a denúncia de corrupção pela Operação Patrola, em vídeo no último dia de campanha foi a pá de cal.

Giratória

A candidata Cris Zanatta disparou a metralhadora giratória em entrevista na Rádio Peperi, após a confirmação do resultado eleitoral. Falou em campanha difamatória, cobrou do PT, que não teria se dedicado à campanha como ela esperava, e por fim cobrou até das mulheres. Segundo ela, as mulheres representam 52% do eleitorado de São Miguel do Oeste e não era de se esperar que votassem em candidatos homens. Disse até que o prefeito João Valar andou pedindo voto para Wilson Trevisan na casa de eleitores. Ou seja: estavam todos contra Cris Zanatta.

Sem ataques


O eleitor deixou bem claro, nas urnas, que não gosta de ataques na campanha eleitoral. Quem partiu para a crítica escancarada foi a candidata do PSDB. Ficou em último. Trevisan fez uma campanha light, bem estruturada, com bom aporte de recursos e ganhou a prefeitura. Fávero também não criticou ninguém, fez uma campanha propositiva e chegou em segundo. Carlinhos Gerhard, com uma estrutura mínima, sem críticas, foi o terceiro. O que foi decisivo? Um candidato conhecido e uma estrutura profissional de campanha eleitoral. Ninguém mais ganha uma eleição majoritária com improvisação.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Dez dias para pensar
A eleição está chegando, restando apenas dez dias para a campanha eleitoral, para visitar eleitores e pedir votos. Para o eleitor, são dez dias para analisar as propostas, pensar com calma e decidir em quem votar.
O que se encontra nas ruas é um eleitor um pouco mais politizado. Talvez menos do que o desejável, mas muito mais do que em eleições anteriores. Ainda se vê pessoas pedindo coisas aos candidatos e candidatos oferecendo vantagens em troca do voto. Isso é crime e deve ser denunciado.
Tem candidato que se você olhar para o lado, está acompanhado do pior tipo de político que existe na cidade. Se esse candidato ganhar, onde estarão esses trastes? Todos dentro da prefeitura! É para isso que o seu voto vai servir? Para encher a prefeitura de cupinchas, de desonestos, de corruptos? Pense bem. Depois não adianta reclamar.
Propostas tem de todos os tipos. Parece que nas eleições, os candidatos ficam mais inteligentes, descobrem soluções para tudo. O mundo tem jeito e ficará muito melhor em apenas quatro anos. Dinheiro tem para tudo e basta para isso votar no candidato. Na verdade, não é bem assim. É preciso realmente pensar. Afinal, porquê candidato que nunca fez nada pela população, de uma hora para outra vai ser a solução para tudo?
Eu penso que candidato que sempre foi grosseiro, estúpido, antipático, mandão, e que na eleição está se mostrando educado, atencioso, simpático, democrático, está tentando me enganar. Mudou só por causa da eleição? Cuidado! Aí, tem. O cara nunca ajudou ninguém, sempre foi avesso às ações comunitárias, só pensava no bolso dele e agora quer resolver tudo? Pense e analise.
Eu vou votar em quem tem história junto à comunidade. Em candidato cujo passado me autoriza a projetar um trabalho honesto e sério nos próximos quatro anos.
Meu voto é muito importante para dar para qualquer um.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Avaliações

As avaliações do quadro eleitoral, via de regra, se revelam equivocadas. Verificando uma entrevista do candidato a vice-prefeito, Idemar Guaresi, no início do ano, encontrei uma opinião que se confrontada com o quadro real, de hoje, mostra tudo diferente. Na época, Guaresi apostava numa aliança com o PP, hoje coligado com o PSD. Para ele, seria a reedição da coligação com os progressistas e com o PT. Hoje, o seu partido está coligado com o PSDB. Na época, Guaresi dizia que até o projeto a ser apresentado aos eleitores tinha sido formulado em conjunto com o PP, que se coligou com o PSD.


Oposição

A leitura da entrevista antiga de Guaresi também revela uma situação curiosa: o PSD, nos bastidores, afirmava que era oposição. O vereador e hoje candidato a vice-prefeito dizia que coligar com o Wilson Trevisan, “só se o PSD “sair pro limpo” e colocar aquelas conversas de bastidores na imprensa e não entre paredes. Dizem que o vice se afastou, mas quando você vai em uma inauguração, você só vê um elogiando ao outro. Então não acredito que essa dupla (João Valar e Wilson Trevisan) se desmanche”. Pelo jeito, nos bastidores, se desmanchou. O PSD era oposição, mas nos microfones, virava situação?


Crime
Um eleitor solicitou vantagem financeira para votar em candidato a vereador. A solicitação não foi aceita, sendo informado o ocorrido ao Ministério Público Eleitoral que requisitou a instauração de Inquérito para investigar os fatos. A Polícia Civil indiciou o eleitor pelo crime previsto no Código Eleitoral: "Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita". Caso condenado, o eleitor poderá cumprir até quatro anos de cadeia.

Notificou
O candidato Elias Araújo foi notificado e a Justiça Eleitoral determinou a entrega de toda a propaganda irregular em 48 horas. Elias estaria usando o nome “Elias da Cultura”, que não foi registrado para a candidatura. Ele estaria usando esse nome em gravações. No material impresso está tudo certo. Já o candidato Vagner dos Passos, foi notificado por usar propaganda sonora a manos de 200 metros do fórum da comarca. Se reincidir, terá o veículo recolhido. E por falar em propaganda sonora, todas as coligações diminuíram o volume dos carros de som. Nossos ouvidos agradecem.

Boatos
Nos últimos dias, a boataria tomou conta. Num desses “disse-que-me-disse”, um vice-prefeito teria sido cassado. Balela. Tá firme e forte.  Outro: um candidato a vereador teria sido denunciado por estupro de uma menor, durante a campanha eleitoral. O candidato teria assediado a menor, que contou para o pai, que foi até a delegacia e denunciou. Trabalho para os repórteres, que tem que correr atrás das confirmações e acabam perdendo tempo.

Nas ruas

A campanha eleitoral chegou às ruas, com cabos eleitorais fazendo corpo a corpo pelas esquinas da cidade. No sábado, as ruas centrais foram tomadas por bandeiras, carros de som, distribuição de santinhos. Esquinas sendo divididas pelos candidatos de todas as tendências e coligações. Tudo num ambiente democrático e de pacífica convivência, como deve ser. Por volta de dez horas, na esquina do Calçadão, encontrei, juntos, abordando os eleitores, uns vinte cabos eleitorais do PMDB, uns dez ou doze do PSD, e achei perdido um do PSDB. Só faltou o pessoal do PDT. A campanha esquentou na reta final.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Desistiu
O candidato a vice-prefeito na chapa de Wilson Trevisan, Gilmar Baldissera, desistiu de concorrer e foi substituído por Alfredo Spier. Os rumores eram fortes já na terça-feira, quando lideranças do Partido Progressista já diziam que Gica teria desistido. O editor do Jornal Imagem, Edson Furhmann, sempre bem informado e com boas fontes, tentou confirmar o fato para publicação na semana passada, mas Gica negou. Na sexta-feira, veio a confirmação. Baldissera não concorre e vai coordenar a campanha de Wilson Trevisan, do PSD, a prefeito, e Alfredo Spier, do PP, a vice-prefeito.

Explicou
Em entrevista coletiva na sede do PSD, Gilmar Baldissera explicou que sua defesa contra a impugnação da candidatura, a poucos dias da data limite para substituição (encerrou segunda-feira, dia 12), sequer havia sido processada no Tribunal Regional Eleitoral. Era pouco provável que viesse a ser analisada a tempo, como de fato não foi. Com isso, havia grande risco de perder o prazo para substituição e não conseguir reverter a impugnação, derrubando a chapa inteira. Com a desistência, Wilson Trevisan ganhou um novo vice. Alfredo Spier não é Gica, mas pode concorrer sem problemas.

Sem chance
Os precedentes de situações semelhantes a Gilmar Baldissera indicam que sua chance de conseguir reverter a impugnação eram quase nulas. Em São Miguel do Oeste, o ex-prefeito Nelson Foss da Silva vivia a mesma situação em 2012. Concorreu com, base em liminares obtidas no TSE. No final, a ação foi arquivada porque perdeu o objeto, já que Nelsinho perdeu a eleição. Em Campo Erê, Odilson de Lima, o Nego Lima, estava em situação igual. Ele ganhou a eleição com base em liminar. A sentença final manteve a impugnação e anulou a eleição.  O prefeito de Campo Erê foi eleito em nova eleição e Nego Lima não pode concorrer.

Na fila
Um amigo meu está com um problema cardíaco grave. Precisa de um ecodopler, que é um ecograma para mapeamento do fluxo sanguíneo no coração. Desde maio encontra-se na fila de espera, pois o estado não tem recursos para custear o exame pelo SUS. Ora, um problema cardíaco, um tratamento de câncer, uma doença degenerativa, um AVC, são situações que exigem urgência, pois o risco de morte do paciente é sempre grande. Mas o governo do Estado não tem dinheiro para a saúde. Meu amigo tem que rezar e esperar, não se sabe até quando.

Oncologia
Problemas como desse meu amigo são recorrentes. Existem inúmeros casos de pessoas que precisam de exames, de medicamentos, de tratamento e o Estado não tem dinheiro para custear. Muitos vão à Justiça e o Estado vê-se obrigado a pagar. Ao mesmo tempo, como se o dinheiro estivesse sobrando, anunciam-se obras e novos serviços, principalmente em período eleitoral. Assim foi a promessa de implantação da Oncologia e da ampliação do Hospital Regional. Como o governo do Estado pode implantar um novo serviço, complexo como a Oncologia, se não tem dinheiro para a realização de um simples exame em um paciente?

Liberado
A Justiça Eleitoral analisou denúncia contra a coligação Avança Mais Guaraciaba. Os investigados eram Gerson Ferronato, Tais Pezzuol e Maura Letícia Tesser. A denúncia era de uso de computador do Conselho Tutelar em favor de Ferronato e Maura Tesser, que são candidatos a vereador. Quem teria utilizado foi Tais Pezzuol, que devido à denúncia renunciou ao cargo de conselheira. A Justiça decidiu que os candidatos não tinham nada a ver com os atos de improbidade da servidora e foram inocentados. Estão, por isso, liberados.


quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Pobre?

Nesta campanha, tem candidato andando com roupa velha e tentando enganar o eleitor usando a imagem de pobre. Depois das declarações de bens, onde se busca demonstrar uma condição diferente da realidade, surgiram novas informações curiosas. Tem candidato deixando carrões na garagem e pedindo voto com latas velhas, só para se fazer de necessitado perante os eleitores. Tem candidato até chorando a morte de parentes só para impressionar. Isso já é demais. Nesse caso, o candidato realmente é pobre. Pobre de espírito, pobre de caráter, pobre de vergonha na cara. O povo está de olho!

Confusão

O candidato Carlinhos Gerhard ficou chateado com uma informação que foi divulgada dizendo que ele tinha dois comitês, um para atender pobres e outro para ricos. Na verdade, segundo ele, é uma questão de organização da campanha. Tem dois locais funcionando, mas um é para administração e logística e o outro para atendimento ao público. Conforme Gerhard, existem materiais que não devem ficar no mesmo local onde o público é atendido, para não criar confusão e dificultar a administração da campanha. Ele entende que existe é uma organização eficiente do trabalho.

Nini fora

O vereador Valnir Scharnoski, único reeleito na última eleição, não vai concorrer neste ano. Explicou-me que viu uma pesquisa onde aparecia com projeção de não mais do que 50 votos. Não que tivesse acreditado na pesquisa, mas se por um acaso ela estivesse correta ele não se reelegeria. Por isso, por via das dúvidas, desistiu e não concorre. Scharnoski não esconde sua pretensão de concorrer a prefeito e nem que pode tentar a majoritária em 2020. Nas duas últimas eleições ficou entre os mais votados, tendo eleição e reeleição tranqüila na Câmara de Vereadores. Agora, quer se organizar melhor para disputar a próxima eleição a prefeito. 

Nenhum

A prefeitura já realizou duas licitações para implantar o estacionamento rotativo em São Miguel do Oeste, sem sucesso. Não apareceram interessados em participar do processo. O prefeito João Valar assumiu compromisso de implantar o estacionamento rotativo, uma antiga reivindicação dos comerciantes da área central. Há também uma forte resistência de quem não quer ter que pagar para estacionar e muita reclamação de todo mundo com relação à falta de vagas para estacionamento. Todavia, sem interessados em assumir a operacionalização do sistema, não há como funcionar o rotativo.

Distorção

A Promotoria de Justiça de São Miguel do Oeste, através do promotor Cyro Guerreiro Júnior está investigando um ato de improbidade na atuação da defensoria. Um inquérito foi instaurado dia 22 de agosto para verificar a atuação do defensor fora dos parâmetros de renda de assistência e no patrocínio de causa em que a Defensoria Pública não atende. Trocando em miúdos: a denúncia é de que o defensor público andou atuando na defesa de pessoas que não são pobres, nem carentes, usando para isso a estrutura do Estado, portanto, pública. Via de regra, o defensor Rodrigo Saber defende pessoas pobres, quase sempre menores ou idosos.

Tudo certo

O Ministério Público, através do promotor Cyro Guerreiro, investigou uma denúncia de direcionamento dos procedimentos licitatórios realizados pela prefeitura de São Miguel do Oeste na gestão do ex-prefeito Nelson Foss da Silva. Foram investigados Melchior Goulart, a Editora Gráfica Mclee, a Arcus Indústria Gráfica, a Gráfica Barozzi e a BFDF Indústria Gráfica. O inquérito foi encerrado em 03 de agosto e concluiu que não foram encontrados indícios ou elementos de prova a consubstanciar a ocorrência de ato de improbidade. Com isso, foi feito o arquivamento do inquérito. Está tudo certo com a indústria gráfica da cidade.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Jango e Dilma tem semelhanças?
Nos estertores da tentativa de salvar o mandato de Dilma algum "Aspone", o famoso Assessor de Porcaria Nenhuma, criou um discurso para tentar sensibilizar senadores e a opinião pública: a sessão do Senado poderia vir a ser anulada como foi a sessão de 31 de março de 1964 que destituiu o presidente João Goulart e abriu as portas para a ditadura militar. Nessa ótica, Jango foi vítima de um golpe e ela também.
Eu me belisco e penso se estou sonhando ou se tudo o que aprendi na escola e na vida estava errado ou mudou.
A sessão anulada, presidida por Auro de Andrade, nada tem a ver com o impeachment de Dilma. Aquela sessão, onde Tancredo Neves fez o famoso discurso chamando todo mundo de canalhas, Jango não era acusado de cometer crime algum. Não houve processo de cassação. Não houve direito de defesa. Não houve contraditório. O Congresso Nacional foi convocado extraordinariamente e na mesma sessão, durante a noite, declarou vago o cargo de presidente da República. Basta ler nos livros de história.
A cassação de Dilma demorou 9 meses. Foram apresentados todos os argumentos da defesa e observado o devido processo legal e o que prescreve a Constituição. Se não fosse observado qualquer quesito previsto na CF, Dilma atravessaria a Explanada e poderia reclamar ao STF, anulando o processo. Essa possibilidade, Jango não teve. O cargo foi declarado vago, mesmo ele estando no Brasil.
Defender seu partido, sua ideologia, é legítimo. Mentir e tentar enganar a população é outra coisa.

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

COMEÇOU
Já tem candidato distribuindo gasolina para eleitores em São Miguel do Oeste. Fiquem atentos. Denunciem. Na verdade, o candidato que nos primeiros dias começa liberando gasolina, não chega ao dia 15 de setembro. A não ser que tenha muito dinheiro para gastar e que a fiscalização (Ministério Público, partidos, imprensa) esteja dormindo nas palhas. Fiquei sabendo de candidato liberando geral. Mas já? Já! Só para lembrar: distribuir gasolina é crime, tanto para quem distribui, quanto para quem recebe!  Essa prática é nefasta. Candidato que distribui gasolina tem que ser flagrado e preso.

DECLARAÇÃO
Por curiosidade, resolvi averiguar as declarações de bens dos candidatos a prefeito e vice-prefeito de São Miguel do Oeste. Tem coisa muito curiosa nessa documentação entregue na Justiça Eleitoral. A candidata Cristiane Massaro, do PSDB, por exemplo, declarou ter um único imóvel, avaliado em 600 mil. Seu vice, Idemar Guaresi, declarou que não tem nem um galo seco para dar água. Zero de patrimônio. E Cris não é a que tem menor patrimônio. Airton Fávero do PMDB, declarou ter 352 mil em bens. Claudete Fabiani, a vice, declarou 56 mil Juntos, dá em torno de 408 mil. Carlinhos Gerhard, do PDT, declarou 531 mil reais. Irton Lamb, o candidato a vice, declarou um milhão, 424 mil em patrimônio. O mais abastado é Wilson Trevisan, do PSD: tem patrimônio de um milhão 871 mil. O vice, Gilmar Baldissera, declarou 682 mil em bens.

DISTORÇÕES
As declarações de bens dos candidatos são públicas. Qualquer cidadão pode e deve verificar. Algumas apresentam distorções que chegam a ser ridículas. Um candidato a vice-prefeito declarou que tem um prédio, no centro da cidade, que vale 127 mil reais. Também tem um quarto de uma chácara de 19 mil metros, no bairro São Gotardo. Sabe quanto vale esse imóvel? Míseros 18 reais e 93 centavos! Sabe porquê ocorrem essas distorções? Porque os candidatos declaram os valores originais do registro de imóveis. Assim, um imóvel adquirido a 50 anos, continua valendo a mesma coisa em São Miguel do Oeste para a Justiça Eleitoral.

GASTOS
Uma das mudanças mais significativas da legislação eleitoral é o limite de gastos para cada candidato. Depende do patrimônio e qualquer tentativa de fraude pode ser considerada Caixa 2. O candidato Airton Fávero, do PMDB, Carlinhos Gerhard, do PDT, Cristiane Massaro, do PSDB, e Wilson Trevisan, do PSD, tem, todos, o mesmo limite de gastos de 184 mil reais. A primeira vista, parece meio fantasioso. Se já tem candidato gastando em gasolina, no início da campanha, parece lógico que vai faltar dinheiro ou vai sair de algum cofrinho escondido.

INVISÍVEL
Os santinhos dos candidatos a vereador do PT, em todo o Brasil, estão circulando sem a logomarca do partido, a estrela vermelha, com o número 13 no centro. Com certeza, deve ser por causa do desgaste do partido e da óbvia vinculação da sigla aos desmandos e atos de corrupção denunciados no Governo Dilma e na Operação Lava-Jato. Dá a impressão que os candidatos optaram por deixar o partido invisível na propaganda eleitoral. Vale salientar que a legislação eleitoral veda a divulgação de propaganda de candidato sem a indicação do partido e da coligação. Aqui em São Miguel do Oeste até a cor vermelha sumiu da propaganda eleitoral de alguns candidatos do PT.

SURDOS
Nos primeiros dias de propaganda eleitoral, alguns candidatos abusaram dos ouvidos dos eleitores. Saíram mandando ver com os carros de som, atormentando a vida de todo mundo e perdendo votos. Talvez pela repercussão negativa, nos últimos dias deram uma folga. Existem tiros que saem pela culatra na hora da propaganda eleitoral. Esse é o legítimo. O candidato impertinente, que incomoda a vizinhança, que abusa de som alto, atrapalhando a vida das pessoas, tem mínimas chances de conseguir o voto de quem se sente incomodado. Ainda mais nesta época, em que os políticos estão com a moral lá embaixo.